Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Veículos

O setor automobilístico foi um dos que mais incorporou a chamada tecnologia embarcada, e está em constante evolução nos processos produtivos

Mudanças tecnológicas causam impactos nos mais diversos setores, alterando formas de produzir e criando novos produtos. O setor automobilístico foi um dos que mais incorporou a chamada tecnologia embarcada, e está em constante evolução nos processos produtivos. Por isso, quando uma empresa com potencial para desenvolvimento de tecnologia decide reduzir ou mesmo abandonar a produção em algum país, o impacto será muito maior que a perda de postos de trabalho. Os reflexos serão sentidos nos setores de desenvolvimento de materiais, produtos e demais atividades ligadas ao setor.

Efeitos 
Essa é uma das grandes preocupações que surgem quando mais uma empresa decide que vai reduzir a produção no Brasil, como foi o caso da Mercedes-Benz, que anunciou, esta semana, que vai reestruturar sua produção de caminhões e chassis de ônibus em São Bernardo do Campo. O resultado dessa decisão será a demissão de 3,6 mil trabalhadores. O anúncio se torna mais significativo, pois a fábrica carrega o simbolismo de ser a maior planta da empresa para veículos comerciais fora da Alemanha. O consolo que fica é que as atividades não serão totalmente encerradas, apenas uma parcela será terceirizada, então parte dos empregos serão mantidos. As justificativas para tanto, envolvem desde questões de custos, mudança de foco e vão até o desenvolvimento de novos serviços e tecnologias. 

Setor em crise
O estado de São Paulo tem sofrido, nos últimos anos, com as mudanças no setor automobilístico. Em 2019, a Ford anunciou o fechamento de uma fábrica e, no ano passado, decidiu por abandonar definitivamente o Brasil. A própria Mercedes já tinha fechado uma fábrica de automóveis de luxo que, depois, foi vendida para uma fabricante chinesa. Este ano a Toyota decidiu fechar sua fábrica em São Bernardo do Campo, outro símbolo do setor, pois era a primeira fábrica da empresa fora do Japão. A Caoa Cherry foi outra empresa que anunciou a interrupção da produção de veículos na sua principal planta no país, no município de Jacareí. Nesse caso, a justificativa foi a necessidade de adaptar a unidade para a produção de carros híbridos e elétricos. 

Elétricos
Que o setor se encaminha para carros elétricos é uma realidade, conforme já demonstrado na reportagem de O Florense na semana passada. A maioria das grandes montadoras já revelou seus planos de carros totalmente elétricos ou híbridos, estabelecendo, inclusive, datas para os lançamentos. O que parece que ninguém imaginava é que essas inovações afetassem tão profundamente as antigas formas de produção. Esses últimos movimentos revelam a extensão dessas mudanças.