Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Turismo

Algo deve ser feito agora e a solução não será com feiras de pequeno porte.

Turismo
Em Garibaldi foi anunciado o maior centro de eventos da região Sul, com investimentos previstos em R$ 85 milhões. Em São Francisco de Paula há um projeto para implantar uma ‘Maria Fumaça’, com um trajeto inicial de 14 quilômetros, duas locomotivas a vapor, três vagões e um deck panorâmico. Investimento previsto de R$ 40 milhões. O que esses movimentos nos mostram é que o turismo pode ser um bom negócio. Os investimentos são privados, o que significa que serão feitos em função da expectativa de retorno e não como uma atividade beneficente ou como um favor comunitário. Em outro município vizinho, Bento Gonçalves, é possível ter uma aula de como gerir o turismo. Somente no primeiro semestre foram 500 mil turistas e 96% deles para fins de lazer. E nós? O que fazemos para buscar, quem sabe, uma fração desses turistas? Recentemente o município mostrou seu interesse pelo assunto. Foi anunciada uma escola de gastronomia nos moldes da que temos em nosso município. Ela será instalada no Vale dos Vinhedos, uma das muitas atrações do município, e será uma espécie de restaurante-escola que possa atender turistas. É fácil imaginar como isso vai terminar: mais interesse, mais turista, mais alunos, mais ‘tudo’ e lá se vai a escola para outro município. Algo deve ser feito agora e a solução não será com feiras de pequeno porte.

Desemprego
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), revelam que no segundo trimestre o número de desempregados está em 13 milhões. Provavelmente teremos alguma manchete dizendo que o indicador diminuiu em relação ao primeiro trimestre. O que é verdade, mas não resolve. A queda é de aproximadamente 700 mil cargos de trabalho, algo em torno de 5%. Dependendo do critério de amostragem, a diferença pode estar na margem de erro. Segundo os próprios analistas oficias, essa queda pode estar relacionada ao aumento dos inativos e do emprego informal.

Informalidade
A promessa de milhões de empregos a serem gerados devido à reforma da legislação trabalhista não se cumpriu. A geração de empregos com carteira assinada, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi negativa no mês de junho e, nos últimos 12 meses, o crescimento foi 0,74%. Juntando as duas informações, é possível entender mais facilmente a análise que foi feita. Como pode o desemprego diminuir sem o aumento do número de vagas? As razões estão na economia informal, na aposentadoria ou na desistência de procurar uma nova vaga. Outra informação é preocupante: o total de empregos com carteira assinada caiu 10,1% desde o trimestre encerrado em dezembro. Esses postos foram preenchidos com trabalhos por conta própria, que representam 6% do emprego informal e preenche os 4% restantes. Não é de estranhar os estudos preliminares que apontam o aumento da pobreza e extrema pobreza.