Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Surreal

Uma das maiores democracias do mundo, o primeiro país a escrever uma constituição republicana junto com uma declaração dos direitos humanos, passa por um constrangimento histórico

Semana surreal. Uma das maiores democracias do mundo, o primeiro país a escrever uma constituição republicana junto com uma declaração dos direitos humanos, passa por um constrangimento histórico. O presidente dos Estados Unidos parecendo uma criança birrenta contesta os resultados das eleições com os argumentos mais estapafúrdios. O mesmo sistema que o elegeu há quatro anos, agora está sendo posto em dúvida. Muito semelhante ao que acontece no Brasil em relação à urna eletrônica. Quando o candidato vence, está tudo bem, quando é derrotado, coloca a urna sob suspeição. Segundo ele, a imprensa não declara o vencedor. Acontece que lá não existe um órgão centralizador dos votos como existe em nosso país, dessa forma há 170 anos os órgãos de imprensa fazem o acompanhamento e a totalização dos votos. Ah! Mas isso não vale agora. Há muitos anos em alguns estados é possível votar pelo correio até o dia da eleição. Agora isso não vale, os votos válidos devem ser somente os que chegaram até o dia da eleição, não aqueles que foram postados no dia da eleição. O que está por trás dessas artimanhas é uma estratégia totalmente equivocada com tentativas de boicotar o voto por correio muito antes das eleições começarem. Sua execução incluiu espalhar urnas falsas em alguns lugares. Com a pandemia, era esperado um número maior de votos à distância, com o crescimento desse método comparado com a estratégia utilizada é meio óbvio que os votos seriam contrários ao interesse do mandatário. 

Surreal tupiniquim
Se um milionário excêntrico e com um passado nebuloso no mundo dos negócios ter essas atitudes é algo surreal, muito maior que isso são brasileiros irem para as redes sociais e pedirem a recontagem dos votos. Fazem ainda pior, convocam manifestações no Brasil pela recontagem dos votos nos Estados Unidos. Alguns americanos devem estar tentando entender até hoje. E não pensem que isso é coisa de alguns poucos, são centenas de blogs e mensagens repassadas, inclusive na nossa cidade. Sem contar as fakes e as teorias da conspiração que ficam no mesmo nível do terraplanismo. 

Dúvida
Serei eu um maricas? Fiquei com essa dúvida e fui buscar o significado. Segundo o dicionário Michaelis pode ser um homem medroso ou covarde, pode ser um homossexual e, para minha surpresa, pode ser um cachimbo para fumar maconha. Medroso sim, covarde não, homossexual não, maconheiro também não. Continua a dúvida. No mesmo contexto, está a frase de que todos iremos morrer um dia. Verdade. Então seria maricas aquele que tem medo de morrer? Juntemos a isso a comemoração efusiva, com grande alarido como se fosse um gol do time preferido, mas era sobre o fato de uma vacina contra o coronavírus ter os testes suspensos. Seria maricas quem tem medo do vírus? Se for esse o caso, comecei a me identificar. Tenho medo do vírus, evito aglomerações, uso máscara e acredito na ciência. Será que isso me torna maricas? Se assim for, estou em boa companhia.   

Dúvida 2 
Quando a saliva não resolve é preciso usar a pólvora. Mas se somos um país de maricas quem irá manusear a pólvora? Serão os maricas? E saberão usar? Dúvidas e mais dúvidas.