São sinais dos tempos. Não é o refrão de certo candidato à presidência, até porque nesse momento o melhor é não falar de política, ao menos até que os cães raivosos se acalmem e as fakes news concluam seu trabalho de confundir o público.

São sinais dos tempos. Não é o refrão de certo candidato à presidência, até porque nesse momento o melhor é não falar de política, ao menos até que os cães raivosos se acalmem e as fakes news concluam seu trabalho de confundir o público. Os sinais dos tempos se referem à economia. Nesta semana foram anunciados os vencedores do Prêmio Nobel de Economia. Uma das maiores homenagens que se pode fazer a um cientista. Os vencedores foram dois americanos, William D. Nordhaus e Paul M. Romer, devido aos seus estudos sobre crescimento sustentável em longo prazo na economia global e o bem-estar da população. De acordo com os organizadores, essas são as questões fundamentais e urgentes do tempo atual.  Os dois cientistas abordaram a questão ambiental e o progresso tecnológico. Sinal de que o assunto deixou de ser uma coisa de pessoas ‘alternativas’, mas também interessa a economia.

Clima
Nordhaus focou seus estudos em métodos que podem favorecer o crescimento sustentável e sua relação entre economia e clima. Para isso, criou um modelo quantitativo que descreve a interação entre a economia e o clima, hoje é utilizado para examinar as consequências das intervenções de políticas climáticas. Segundo ele, o meio mais eficiente para resolver problemas causados pelas emissões de gases na atmosfera é um imposto global a todos os países. Essa conclusão deve assustar alguns setores que não acreditam em mudanças climáticas e acham que isso é só uma forma de arrecadar através de multas.

Conhecimento
Romer desenvolveu a teoria do crescimento endógeno, onde afirma que o estoque de conhecimento é o verdadeiro vetor de crescimento econômico de longo prazo para toda a comunidade. No seu modelo, o conhecimento se constitui num bem público, assim um novo conhecimento criado por uma empresa resulta num efeito externo sobre as possibilidades de produção de outras empresas. O pressuposto básico é que o crescimento de longo prazo tem origem nas externalidades positivas decorrentes do estoque de conhecimento tecnológico. Dentro deste escopo, está a preservação do meio ambiente como fonte de reserva de conhecimento. Ao ser entrevistado declarou: “Acho que muitas pessoas supõem que proteger o meio ambiente é um objetivo muito caro e difícil que querem ignorá-lo... mas podemos fazer isso com crescimento sustentável”..

Reflexão
Isso deve servir como reflexão em um país que tanto a iniciativa privada quanto o setor público investem pouco em conhecimento. Exemplo disso são as restrições de acesso ao ensino superior com a justificativa de inadimplência. Outro exemplo são as políticas públicas que não incentivam o avanço de melhorias educacionais. Nada surpreendente num país em que a educação é despesa.