Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Será que acabou?

Os últimos indicadores econômicos tem resultado numa euforia nos mercados.

Será que acabou? Os últimos indicadores econômicos tem resultado numa euforia nos mercados. Isso tem se refletido na alta das ações na bolsa de valores e na queda da taxa de cambio. Será um indicador do final da crise? Apesar do otimismo é bom aguardar um pouco. A crise começou com o mercado imobiliário americano, se isso foi indicador de problemas, deste lugar devem vir os sinais de que a situação se reverteu, e o melhor indicador será a estabilização dos preços dos imóveis. Se houver recuperação nesse mercado é provável que a economia retome seu rumo. Porém, ainda temos um longo caminho pela frente, com a publicação dos resultados das empresas poderemos ter um panorama do verdadeiro estrago que ocorreu no setor produtivo. Os estrangeiros estão voltando Passado o período mais agudo da crise no mercado financeiro internacional, os investidores estrangeiros já começam a aumentar suas exposições ao risco e olhar novamente para as alocações nos mercados emergentes. Segundo a consultoria EPFR Global, os mercados emergentes receberam cerca de US$ 1 bilhão na semana passada, elevando o total captado no ano para US$ 10,5 bilhões. O Brasil, na opinião dos gestores de fundos, tem se destacado como um dos principais destinos desses recursos, apresentando uma condição econômica sólida, que permitiu suportar os efeitos da crise financeira. Prova disso é fluxo positivo de recursos estrangeiros para a bolsa brasileira, que fechou abril, até o dia 29, com saldo positivo de R$ 3,54 bilhões, acumulando no ano saldo positivo de R$ 4,88 bilhões, que impulsionaram o Ibovespa que apresenta no ano valorização de 34,93%. Em busca de maior retorno Com o baixo retorno dos fundos de money market, que fazem investimentos em renda fixa de baixo risco e de curto prazo e acumulam perda de US$ 55 bilhões neste ano, os investidores estrangeiros têm procurado diversificar seu portfólio alocando em ativos de mercados emergentes. A Sparta Group, family office baseada em Boston nos Estados Unidos que faz a gestão de fortunas, é um dos investidores que pretendem começar a atuar no Brasil. A intenção, segundo o diretor de gestão da companhia, Nirav Desai, é aplicar cerca de 3% a 4% do portfólio sob gestão, que soma US$ 1 bilhão, no mercado brasileiro. O executivo ressalta que o Brasil se destaca entre os emergentes dado a relevância de seu mercado interno e a presença de empresas globalmente competitivas como a Petrobrás. Fugindo do risco No ano passado, os hedge funds apresentaram uma perda de 18,3%, prejudicados pela queda no mercado acionário e pelas perdas com papéis de crédito privado, segundo dados do Hedge Fund Research. Em 2007, os hedge funds apresentram ganho de 9,9%. A perda com alguns investimentos e o aumento dos saques por parte dos investidores reduziram o patrimônio dessa indústria de US$ 1,9 trilhão em junho de 2008 para US$ 1 trilhão no final do ano passado. O patrimônio da indústria brasileira de fundos soma atualmente cerca de R$ 1,157 trilhão, sendo que R$ 273 bilhões estão alocados em hedge funds. No ano passado, esses fundos foram um dos mais impactados com a crise financeira, registrando saídas líquidas de R$ 54,6 bilhões, com a migração dos investidores para ativos de menor risco.