“Guardar dias pro futuro/ É sempre a grande tolice / O juro é sempre a velhice”.

Rodeio
“Guardar dias pro futuro/ É sempre a grande tolice / O juro é sempre a velhice”. Inicio com estes versos do poema “O Tempo” do grande pajador Jaime Caetano Braun para dizer que, apesar de não usar bombacha, sou adepto do movimento nativista, minha relação é mais com música e poesia. Também sou favorável a realização do rodeio. Mas um passarinho me contou que tem mais alguns problemas além da questão ambiental do parque e que merecem a atenção das autoridades. Um deles está relacionado com a prestação de contas do rodeio do ano passado. Onde está? Ninguém sabe ninguém viu. É um grande evento, um dos maiores do município. Segundo noticiado, no ano passado mais de 50 mil pessoas estavam presentes no parque. A estrutura é muito boa, elogiada por todos os que participam. Todos os elogios merecidos ao evento e organizadores não eliminam a necessidade de prestar contas dos recursos públicos.

Recursos
Consta nos anais da câmara que a prefeitura repassou 80 mil reais com aprovação unânime dos vereadores, teve até um que achou que é pouco o valor, tudo bem, não é o dinheiro dele, é fácil distribuir o nosso dinheiro. Mas uma pergunta é inevitável: o que é feito destes recursos públicos? O evento deu resultados, em caso positivo qual a destinação e no que a comunidade se beneficia? Em caso negativo, porque isso ocorreu? Sendo recursos do povo não deveria haver uma prestação de contas?

Exemplo
Um exemplo vem do município vizinho de São Marcos. O 8° rodeio nacional aconteceu no período de 5 a 8 de dezembro de 2013. Um passarinho daquela cidade (eles estão se espalhando para tristeza de alguns) me enviou a prestação de contas realizada no dia 28 de fevereiro. O resultado líquido foi de R$ 134.999,62. Dizem que a estrutura é muito menor e não fazem receita com o aluguel das “casinhas”. Muito importante, o valor será dividido da seguinte forma: sessenta e cinco mil RETORNARÃO aos cofres da Prefeitura e o saldo será dividido entre as entidades tradicionalistas do município. Parece que tem mais transparência e um sentido comunitário mais amplo.

Bichos e Animais
Polêmicas fazem parte da vida de quem manifesta sua opinião. Devemos estar preparados para receber criticas na maioria das vezes e, raras vezes, elogios. Na coluna passada falei sobre o problema dos cachorros abandonados e recebi várias manifestações. Algumas dizendo que eu deveria ser mais enfático, pois consideram um absurdo os gastos públicos, outros acham que eu deveria xingar aqueles que abandonam os bichos. Porém a mais surpreendente foi da ONG que cuida dos bichos. Segundo a representante, a forma como abordei o assunto “só piora a situação” e ao “invés de criticar eu deveria colaborar”, entre outras afirmações. Por isso, peço desculpas, não sabia que dizer “a boa vontade da ONG e outras iniciativas são suficientes?”, além de, “o que está sendo feito é louvável, mas esgota os voluntários e não resolve” iria afetar o trabalho e prejudicar a causa. Eu pensei que era elogio. Foi mal, desculpa aí.