Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Revelações 3

Nesta coluna vou abordar algumas das muitas inconsistências que, apesar de serem estapafúrdias, são divulgadas diariamente

Nas análises anteriores abordei, principalmente, os efeitos das últimas eleições nos partidos políticos e nos candidatos. Nesta coluna vou abordar algumas das muitas inconsistências que, apesar de serem estapafúrdias, são divulgadas diariamente. Elas envolvem desde agentes políticos até o comportamento do eleitor que apenas deposita o seu voto, passando por alguns “empresários” e seus discursos. Tudo isso alimentado pelo esgoto digital das redes “antissociais” e da ampla participação de repetições de conteúdo sem conhecimento ou com mínima análise. Eventos semelhantes aos ocorridos recentemente com os “especialistas” em urnas eletrônicas e os “cientistas” da Covid-19 e suas vacinas. 

Liberdade
Uma charge representa bem a questão acerca da liberdade de expressão. Nela está Moisés, com a tábua dos mandamentos dizendo: “Não levantarás falso testemunho”, e alguém da plateia se levanta e pergunta: “Mas, e a liberdade de expressão?”. Ela resume a confusão entre o direito de se expressar e a possibilidade de ofender, caluniar e/ou difamar. Acreditar que se possa dizer qualquer coisa, contra qualquer pessoa, e em qualquer lugar, é um equívoco, e significa dar vários passos para trás em direção a barbárie. Em uma sociedade há regras de conduta que, em última instância, são regidas pelas leis. A livre manifestação pública de opinião é garantida pelo artigo 5 da Constituição. Mas, ela não dá poder absoluto a ninguém, assim como, o direito de se locomover também é preservado pelo direito penal. Da mesma forma, utilizar as garantias constitucionais para ofender alguém é crime de injúria, previsto no arcabouço legal. E o que temos visto são defensores da liberdade bloqueando estradas e impedindo as pessoas de se deslocarem. Um crime previsto em lei. 

Democratas?
Defender a democracia e pedir golpe militar não cabem na mesma frase, tampouco na mesma manifestação. Ao menos no mundo normal. Mas é isso que está acontecendo com a utilização de alguns eufemismos como “intervenção” ou “socorro”. Política de propaganda já utilizada em outras épocas sinistras. A vergonha fica ainda maior quando utilizam o artigo 142 da Constituição Federal para justificar os seus pedidos, que, em nenhum momento, fala da sua utilização para rejeitar o resultado das eleições ou para arbitrar conflito entre os poderes. Pelo contrário, especifica que elas têm o objetivo de “defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por inciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Antes que digam que essa é uma interpretação pessoal, vale relembrar de uma nota publicada no dia 2 de junho de 2020 pela Procuradoria-Geral da República, que afirma: “A constituição não admite intervenção militar”. Também é crime constitucional fazer pregações que ameacem à democracia. Um dos argumentos utilizados para a “intervenção” é um retorno ao passado e uma piada de muito mau gosto: combater o comunismo. Oi? Que parte da história não te contaram? 

Piada
Atendendo a uma reclamação de um dos meus 18 eleitores, que ressaltou o aspecto altamente sério das últimas colunas, uma pequena piada que me enviaram: Dizem que as empresas de ônibus e de transporte aéreo estão preocupadas com a possibilidade de perderem passageiros porque os banheiros são unissex.