Resultado do Bolsa Família
Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) publicou uma série de estudos sobre o destino dos filhos dos beneficiários do programa Bolsa Família
O Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), fundado pelos economistas Armínio Fraga e Paulo Tafner, publicou uma série de estudos sobre o destino dos filhos dos beneficiários do programa Bolsa Família. Os resultados mostram que 64% dos beneficiários dependentes de 7 a 16 anos do programa Bolsa Família em 2005, no ano de 2019, 14 anos depois, não se encontravam mais no cadastro único. Daqueles que permaneciam no registro das famílias de baixa renda do país, 20% continuavam recebendo o Bolsa Família, 14% constavam no cadastro, mas não recebiam o benefício, em outras palavras, estavam acima da “linha de pobreza”, mas ainda sob risco de voltar a ela.
Saída
Os estudos mostram que 45% desses jovens tiveram acesso ao mercado de trabalho formal pelo menos uma vez entre 2015 e 2019 e que o nível de escolaridade dos pais tem forte influência para isso. Os filhos de pais com Ensino Médio completo tiveram mais acesso (51%) do que aqueles de pais com Ensino Fundamental incompleto (38%). De acordo com um dos diretores do instituto, a taxa de saída do Cadastro Único mostra que as condicionalidades estabelecidas no programa tiveram resultados. Isso significa que a manutenção da criança na escola e os cuidados com a saúde, permitiram que as crianças obtivessem condições para um emprego formal que as tirasse da pobreza.
Condições
Se o estudo mostra resultados animadores e que as críticas de que o Bolsa Família (alguns políticos chegaram a denominar de bolsa miséria) criaria dependência para os beneficiários eram infundadas, também revela as condições que potencializam esses resultados. Os que moram em municípios que possuem melhor infraestrutura de escolas, bibliotecas, praças e centros de saúde tem uma probabilidade maior de sair da pobreza. Outro fator são as condições familiares: os filhos de famílias sem a presença masculina têm desempenho pior em relação aos de famílias com dois adultos. A razão disso é que as mães, sozinhas, têm renda mais baixa e menos recursos para investir nos filhos.
Avós analfabetos, PIS no Bolsa Família, filhos na universidade
Esse é o titulo de parte da reportagem que o site da BBC News Brasil (https://www.bbc.com/portuguese/articles/cv2kd3vrvp8o) relata alguns exemplos de como os programas sociais auxiliaram famílias a saírem da pobreza. Só temos que lamentar que esses estudos fiquem limitados a um pequeno grupo e não tenham a divulgação da grande imprensa brasileira.