Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Resposta difícil

Alguém sabe como funcionam os alvarás provisórios emitidos pela Secretaria da Fazenda de Flores da Cunha? Quantos alvarás provisórios foram concedidos?

Alguém sabe como funcionam os alvarás provisórios emitidos pela Secretaria da Fazenda de Flores da Cunha? Quantos alvarás provisórios foram concedidos? Quantos estabelecimentos estão em funcionamento com a utilização deste mecanismo? Quantas vezes ele pode ser renovado? Já tentei por duas vezes obter esta informação e não consegui. A última tentativa foi em 30 de maio, por meio de uma mensagem eletrônica. Faço estas colocações porque o passarinho (sempre ele) me contou uma história impressionante. Como não posso ter as informações oficiais, fico somente com a versão avícola. Segundo ele, as raposas continuam na boa brisa, pois os imóveis ilegais e com uso comercial continuam rendendo. Isso talvez explique o diálogo abaixo ouvido em segredo pelo passarinho. Os personagens são fictícios, como as raposas dos contos de fadas.
R1: Você acha que temos que regularizar os poleiros, digo,os imóveis que construímos além do tamanho permitido?
R2: Para quê? Agora que a multa está alta vamos deixar com que eles venham até nós.
R1: Mas eu tenho algumas salas comerciais que preciso regularizar!
R2: As salas estão alugadas?
R1: Sim.
R2: Então deixa assim. Vai gastar pra quê?
R1: Mas o locatário está com alvará provisório!
R2: (com ar de sapiência): Deixa assim, o problema é dele, além do mais, ninguém está ligando pra isso. Vai renovando ad eternum.
R1: (curioso): Mas por quanto tempo?
R2: Por quanto tempo for preciso, até alguém se dar conta.
O passarinho fica curioso com tamanha esperteza e se aproxima um pouco mais para não perder nenhum detalhe.
R2: (balançando a cauda, com ar de sabedoria): Você imagina que alguém sabe quantos alvarás provisórios existem? E mesmo se souberem isso não é problema nosso.
R1: (pressionando as pupilas com ar de dúvida): Mas quando se derem conta, o que vamos fazer?
R2: Nada. O problema é do dono da empresa que alugou, ele vai lá, pressiona e o alvará sai. Depois alguém esquece e tudo continua como está. Ou então vão fazer outra lei.
O passarinho fica impressionado com tamanha astúcia, e pensa: “Se eu tivesse metade disso comeria alpiste sem risco pelo resto da vida”.
R1: (com cenho franzido): Não sei. Isso está me deixando preocupado.
R2: (muito tranquilo): Relaxa. Este ano tem eleições, eles vão estar envolvidos e nos esquecerão. Podemos aproveitar a briga política e nos beneficiar. A pressão que fizemos não funcionou porque é final de mandato. Fica tranquilo, tenho experiência nisso.

O passarinho, espantado, começou a avaliar se está do lado certo. Ele tem a nítida impressão de que as raposas sempre se dão bem.
R1: Tem razão. Ano que vem teremos novo prefeito, outros vereadores, menos pressão.
R2: Mas claro, e temos toda a campanha para ir achando um jeito. Vamos fazer o seguinte: tu falas com o...

Nesse momento, o passarinho distraído, pensando em mudar de lado, deu um pio, disse que foi quase um suspiro. Aí as raposas olharam para ele. O sentido de sobrevivência falou mais alto. Ele resolveu voar e me contar a história.