República
A origem da palavra república está na expressão res publica que significa ‘coisa pública’ ou algo que pertence a todos.
RepúblicaA origem da palavra república está na expressão res publica que significa ‘coisa pública’ ou algo que pertence a todos. A ignorância faz com que alguns julguem o bem público ‘coisa de ninguém’ e, para os políticos, ‘coisa de alguns’. Os últimos dias revelaram esse aspecto lamentável: a prática de fazer benesses com recursos dos outros. Nesse caso os ‘outros’ somos nós, trabalhadores que pagam impostos que sustentam todos os benefícios. O primeiro caso foi a aposentadoria especial que os deputados estaduais aprovaram para eles mesmos. Enquanto que os pobres mortais precisam trabalhar mais de 40 anos e dificilmente chegarão ao teto máximo da Previdência Social, que atualmente é de R$ 4,3 mil, nossos deputados terão direito a aposentadoria especial de R$ 20 mil mensais. Mas eles precisarão ter 35 anos de contribuição, alegarão os defensores. Essa é uma parte da verdade. Com dois mandatos é possível ter a aposentadoria com valores acima do teto. Como podemos ver, o rombo da Previdência é somente para o trabalhador comum.
Executivo
Infelizmente essa prática existe em todos os níveis de governo. O segundo exemplo vem da proposta do Executivo estadual. Numa união perversa, Executivo e legisladores resolveram dar um reajuste de 16% para o salário mínimo regional. De onde surgiu tal índice? Sem nenhum amparo técnico o percentual se originou de uma proposta das centrais sindicais. O mesmo governo do Estado que alega dificuldades para pagar o piso nacional para o magistério impõe um aumento sem lógica para a iniciativa privada. Quando é com os outros fica mais fácil pagar mais. Antes que me acusem de capitalista explorador e sem coração, explico: se não houver fundamentos econômicos, ou seja, se não ocorreu crescimento econômico com melhorias na produtividade, os aumentos de salários se tornam inócuos. Aos poucos o reajuste será repassado para os preços e se anula, ou então inviabiliza atividades econômicas menos competitivas. Mas ninguém está preocupado com questões técnicas, a decisão está baseada em ter argumentos para as próximas eleições.
Federal
Outro exemplo de medida eleitoreira vem do Congresso Nacional. Alguém, que não convém citar, propôs a redução da contribuição previdenciária das empregadas domésticas. Como se a mesma tivesse recursos sobrando e não fosse o principal problema do país. É lógico que seria vetado. As projeções indicam uma perda de R$ 600 milhões por ano. Essas iniciativas se tratam de malandragem política. O legislador sempre vai poder dizer nos seus discursos que propôs uma medida para ajudar a classe, porém, o Executivo vetou. Em outras palavras: ‘eu fui bonzinho com vocês, eles foram malvados’.