Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Renda

A parte mais baixa da pirâmide de renda, que representa os 10% mais pobres, sobrevivem com apenas R$ 112 por mês

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, no ano de 2019, metade dos brasileiros sobrevivem com menos de R$ 15 por dia ou R$ 438 mensais. Isso é do tamanho de muitos países ou quase 105 milhões de pessoas. A parte mais baixa da pirâmide de renda que representa os 10% mais pobres sobrevivem com apenas R$ 112 por mês. Os mais ricos que representam apenas 1% dos brasileiros, em torno de 2 milhões de pessoas, tem uma renda mensal de R$ 17.373 e obtiveram uma melhoria de 2,7% em relação ao ano anterior. 

Divisão
A renda média mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.406 quando se observa os dados nacionais. Na região Norte, esse valor é inferior ao salário mínimo, com valor de R$ 872, e no Nordeste a média é de R$ 884. Na região Sudeste o valor médio é o dobro, atingindo R$ 1.720. A concentração de renda continua sendo o aspecto mais destacado no relatório. Os 10% mais pobres dos brasileiros são detentores de 0,8 % da riqueza gerada, enquanto os 10% mais ricos concentram 42,9% da riqueza. Apesar desses dados, há uma boa notícia:  a desigualdade não aumentou. O Índice de Gini variou de 0,545 no ano de 2018 para 0,543 no ano de 2019, esse índice quanto mais próximo de 1 maior é a concentração de renda. 

Risco Brasil
Uma agência de classificação de risco reduziu nesta semana a classificação de risco do Brasil de estável para negativa. O grau de investimento indica que o país não corre risco de dar calote na dívida pública. A nota atualmente atribuída é BB-, isso significa que o Brasil está 3 degraus abaixo do grau de investimento. Podemos imaginar que isso se deve a pandemia e as perspectiva econômicas com as pioras na projeção. Mas não é só isso. No comunicado divulgado, um segundo fator apontado foi o relacionamento volátil entre poderes executivo e Legislativo, o que pode prejudicar a aprovação de medidas importantes para esse momento. A classificação de risco não é o aspecto mais relevante, uma vez que esses ratings tem um alcance limitado aos investidores institucionais, entre eles os fundos de aposentadoria e outros. Mas os  comentários revelam a visão do mercado internacional. E isso não foi bom. 

Equilíbrio
Sem dúvida, o ambiente político tem suas interferências no ambiente econômico. As divisões ampliam as dificuldades, tanto de combate a doença e de preservação da vida, quanto nas decisões sobre as formas de fazer a esperada recuperação econômica. Infelizmente, as decisões precisam ser estruturais envolvendo medidas de curto médio e longo prazo. Para a sua efetividade será necessário a união de todos os setores. Não se resolvem problemas dessa magnitude com bravatas ou belas explanações em power-point. Teremos lideranças para essa tarefa? Como dizia Aldir Blanc, o esquecido da cultura oficial: “A esperança dança na corda bamba de sombrinha”.