Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Renda fixa

Com o aumento das taxas de juros, se altera o cenário para investimentos em renda fixa

Com o aumento das taxas de juros, se altera o cenário para investimentos em renda fixa. A coluna foi escrita antes da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), a expectativa do mercado é que a taxa Selic tenha uma nova alta, provavelmente para 9,25% ao ano. A ser confirmada essa mudança, os investimentos irão se ajustar a essa nova realidade. A regra atual diz que enquanto a taxa Selic estiver até 8,5%, a poupança rende 70% dessa taxa, como a Selic está em 7,75% ao ano, o rendimento da poupança atualmente é de 5,43% ao ano. Com o aumento da taxa, a poupança renderá um pouco mais, mas ainda continuará a perder para a inflação. Ela voltará para a regra antiga de juros de 0,5% ao mês, mais a TR (Taxa de Referência), que atualmente é 0% – considerando os juros compostos, o rendimento da poupança será de 6,17% ao ano. O reflexo do rendimento baixo pode ser observado nas movimentações, onde os saques são superiores às aplicações. Os investidores reagiram fortemente em frente a esse cenário com retirada de R$ 12,37 bilhões no mês de novembro. Segundo o Banco Central, os saques representam o recorde para o mês desde 1995. Este também foi o sétimo mês do ano de 2021 em que os saques superaram os depósitos. No acumulado do ano foram retirados R$ 43,15 bilhões.
 
Pré-fixado
A questão, para quem tem recursos para investir, é onde colocá-los diante dessas novas perspectivas. A resposta tem que considerar a variável prazo. Se for para investimento de curto prazo (um a dois anos) os rendimentos pré-fixados estão com taxas atraentes. Uma das alternativas são os CDBs de bancos médios que remuneram entre 12 e 13% ao ano. Outra alternativa são as LCAs e LCIs (Letras de Crédito Agrícola ou Imobiliário) com prazo de um ano, que remuneram em torno de 10% ao ano isento de Imposto de Renda. Uma alternativa mais conservadora são os títulos do tesouro prefixado, o de prazo mais curto, com vencimento em 2024, está remunerando 11% ao ano. 

Pós-fixados 
Para investimentos pós-fixados, existem alternativas de CDBs com prazo de 2 a 3 anos, que remuneram entre 115% e 120% do CDI. Outra alternativa são os títulos do tesouro, que remuneram uma taxa de juros mais a inflação medida pelo IPCA. Nesta semana, o título com vencimento em 2026 remunera 4,93% mais o IPCA. Apesar do prazo de 5 anos, há a possibilidade de resgate antecipado. Neste caso haverá uma penalidade na remuneração. O que deve ser observado, nos investimentos com prazos maiores, são as oscilações que podem ocorrer entre o investimento e o resgate. 

Cuidados
No próximo ano haverá eleições e a pandemia ainda não foi totalmente eliminada. Se apenas um desses eventos já causa turbulência, os dois ao mesmo tempo é receita de fortes emoções devido a volatilidade no mercado financeiro. Esta é uma das causas que fazem com que as taxas de curto prazo estejam mais altas que as taxas de longo prazo. Se a decisão for apenas em relação às taxas, a recomendação é de investir em curto prazo e passadas as eleições reavaliar o cenário e as alocações. Se a decisão for para longo prazo, a melhor opção são investimentos atrelados à inflação mais a taxa de juros, dessa forma há a garantia de ganho real.