Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Renda fixa

Até janeiro, os investimentos em renda fixa no Brasil se mostravam bastante atrativos, frente a uma Selic a 12,75% ao ano.

Renda fixa Até janeiro, os investimentos em renda fixa no Brasil se mostravam bastante atrativos, frente a uma Selic a 12,75% ao ano. Depois de seis meses, com os desdobramentos da crise mundial, a autoridade monetária realizou diversos cortes nessa taxa, que chegou a 9,25% ao ano neste mês. Diante disso, qual deve ser o movimento de quem aposta na renda fixa? Em primeiro lugar, é interessante observar que quem aplica em renda fixa tem um perfil mais conservador e prefere estar menos exposto ao risco. Apesar do perfil conservador, pode ser que o investidor de renda fixa parta para as ações, mas destinando uma parte pequena de seus recursos. A preocupação do governo é de que haja uma forte migração de fundos de renda fixa para a poupança, tendo em vista que esses fundos estão atrelados a títulos públicos federais, que financiam a dívida pública. Próximos movimentos O Banco Central já sinalizou que os cortes da Selic não serão na mesma intensidade dos que estavam sendo feitos. Com a migração para a poupança, as instituições financeiras serão pressionadas a diminuir taxas de administração cobradas em investimentos de renda fixa. Por exemplo, se era cobrada uma taxa de 1,5% somente para quem investe mais de R$ 50 mil, quem investe acima de R$ 10 mil também terá acesso a essa taxa. Num primeiro momento, existe pressão para os bancos diminuírem as taxas cobradas. O governo ainda pode diminuir a tributação nos fundos de renda fixa, se houver um movimento de migração para outras modalidades. Mas quem sair da renda fixa deve tomar um cuidado: os estímulos dados pelos governos mundiais à demanda, em meio à crise, podem gerar uma pressão inflacionária. A resposta da autoridade monetária a isso seria o aumento da taxa Selic, o que tornaria o investimento em renda fixa mais atraente, num segundo momento. Poupança Segundo levantamento da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), a poupança tem mantido a captação de recursos. Nos primeiros sete dias úteis de junho o resultado da captação (depósitos deduzidos os saques) foi positivo em 2 bilhões, volume superior a 59,7% do mesmo período do mês anterior. Na comparação com a primeira semana útil de junho do ano passado, quando o saldo de depósitos menos saques na poupança havia sido de R$ 1,353 bilhão, foi registrado um crescimento na ordem de 49,2%. A poupança tem se tornado mais atrativa para o investidor devido à queda da taxa Selic, que está em 9,25% ao ano e que dita o rendimento de fundos de renda fixa. O número de novos depósitos na poupança diminuiu entre a primeira semana de maio e de junho, de R$ 34,998 bilhões para R$ 30,998 bilhões, mas o que se verificou é que as retiradas decaíram em um ritmo forte, de R$ 32,781 bilhões para R$ 28,979 bilhões. O que o governo anunciou foi que, se a taxa Selic permanecer em um patamar abaixo de 10,50% ao ano, a partir de 2010, tributará cadernetas de poupança com recursos acima de R$ 50 mil para evitar migração de grandes investidores de aplicações com risco semelhante para as cadernetas. A proposta ainda depende de aprovação do Congresso.