Relação
O final do ano reservou um presente para os exportadores: a alta do dólar. Uma alta inesperada segundo aqueles que entendem um mínimo de mercado.
RelaçãoO final do ano reservou um presente para os exportadores: a alta do dólar. Uma alta inesperada segundo aqueles que entendem um mínimo de mercado. Vamos lembrar que, passadas as eleições, a cotação começou a cair e voltou ao patamar de R$ 2,50. Tudo dentro do esperado. Mas em seguida começou uma reação que nesta semana alcançou a cotação de R$ 2,76. Quais as causas de tal reação?
A resposta está no petróleo. A cotação está caindo sem parar, acumulando uma redução de 40% desde junho. Em valores absolutos a cotação que estava superior a US$ 100 o barril hoje tenta se manter em US$ 60. Bom para os países importadores, ruim para os exportadores. A relação com o dólar está na desvalorização das moedas dos principais exportadores, principalmente a Rússia.
Ocorre que com a economia dependendo das exportações do petróleo, a Rússia começa a ficar frágil no cenário econômico e começou a correr riscos especulativos em relação a sua moeda, que num único dia desvalorizou 20%, obrigando a tomar medidas extremas como o aumento da taxa de juros. O mercado financeiro internacional começou a temer uma crise semelhante a de 1998. E na dúvida o capital corre para locais seguros, ou seja, para a moeda americana.
Petróleo
Outro efeito da queda do petróleo são as ações da Petrobrás, apesar dos grandes jornais colocarem a culpa nos escândalo envolvendo a estatal. Isso é apenas uma parte da história, e talvez a menor delas. Como revelam alguns empresários, há mais de 20 anos ocorrem negócios escusos. Porém, com a queda da cotação internacional do petróleo a exploração do pré-sal talvez tenha que ser adiada por ser economicamente inviável. Ou então ela continuará como medida estratégica, mas não dará lucros. Como em qualquer empresa, quando um investimento não gera o retorno esperado deixa de agregar resultados e reduz o valor da empresa.
Razões
Outra questão: por que o preço do petróleo está caindo? A causa primeira é o menor crescimento da economia mundial. Todos os países estão revendo seu crescimento para menos, incluindo o grande consumidor de commodities dos últimos anos: o dragão chinês. O segundo maior consumidor de petróleo são os Estados Unidos que, por sua vez, estão extraindo petróleo do xisto, com base num subsídio generoso do governo. Essa atividade é economicamente inviável, mas o ‘Tio Sam’ aplica a si próprio o que condena nos outros países: incentivos para a produção interna. Dessa forma a demanda diminui – e o preço cai.
Futuro
Porque a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não diminui a produção para pressionar os preços como já foi feito das outras vezes? Aparentemente por uma questão de mercado: como os custos de exploração dos árabes são menores que os do resto do mundo, os preços temporariamente baixos permitem ganhar mercado.