Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Realidade e avaliação

A comentarista de economia de uma grande rede de televisão, com voz grave e olhar sombrio, ressaltado pelas olheiras profundas, faz uma observação de que o Brasil não é mais o preferido dos investidores internacionais.

A comentarista de economia de uma grande rede de televisão, com voz grave e olhar sombrio, ressaltado pelas olheiras profundas, faz uma observação de que o Brasil não é mais o preferido dos investidores internacionais. Eles estão olhando com mais interesse o México. Entre as razões apontadas para o dinheiro buscar outros lugares, a primeira é de ordem técnica: o baixo crescimento econômico neste ano. A outra razão é de ordem política: o estilo de governo da presidente Dilma Roussef (PT). Por estilo, querem dizer o intervencionismo e o jeito de decidir, dando a última palavra.
México
É real que o México ficou mais competitivo no cenário internacional, não por mérito dele, mas devido ao aumento dos custos na China. Ao mesmo tempo, o Brasil continua sendo exportador de commodities e, com a retração da economia chinesa, é provável a queda das cotações e seus efeitos na economia brasileira. Outro fator favorável ao México é a recuperação da economia americana, mesmo que bastante lenta – além de vizinho, é o principal parceiro, com ônus e benefícios.
Elementos novos
O pessimismo sempre tem mais espaço que o otimismo. Ainda mais quando o governo não é simpático ao analista. Esses profetas que passam a maior parte do tempo explicando porque as profecias de ontem não se confirmaram hoje, esquecem que novos elementos foram introduzidos na economia brasileira. Entre eles está o corte da taxa básica de juros, colocando a taxa real nos níveis das economias civilizadas. E o Imposto de Operações Financeiras (IOF) em níveis elevados, controlando o fluxo de capital. Com isso, as aplicações financeiras perderam a atratividade para o investidor externo. A pergunta que se apresenta é: isso é ruim?
Fatos
Os números de investimentos diretos desmentem as profecias lúgubres. Segundo dados preliminares, o número de fusões e aquisições envolvendo capital externo já são 25% superiores a todo o ano passado. Em outras palavras, o investimento estrangeiro direto (IED) tem crescido enquanto que o investimento especulativo tem diminuído. O volume estimado é de ingresso de US$ 60 bilhões neste ano. A se confirmar, será o mesmo volume do ano anterior. Sob este aspecto o Brasil continua sendo um dos principais destinos do capital externo para investimento de risco. São os fatos desmentindo as previsões.
Passarinho
O passarinho está exilado em local desconhecido e me envia uma mensagem cifrada: “Movimentos estranhos nas sombras. Não eleitos pressionam eleitos para ampliar o número de vereadores. Eleitos vão ceder?”. A conferir.