Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Razões

Com o início da pandemia, o mundo temeu por um colapso na economia mundial semelhante ao que aconteceu no passado, quando eventos semelhantes ocorreram

Nas aulas de finanças e em conversas com clientes investidores, uma pergunta tem se tornado recorrente: como a bolsa subiu tanto nesse ano em meio a tantas incertezas? Primeiro é necessário entender porque a queda foi tão acentuada. Com o início da pandemia, o mundo temeu por um colapso na economia mundial semelhante ao que aconteceu no passado, quando eventos semelhantes ocorreram. Com a bolsa brasileira, a queda foi de 46,82% sobre a cotação máxima do ano. Devido a essa queda muitas ações ficaram atraentes para compra, fazendo com que investidores que estavam de fora resolvessem voltar ao mercado. Outro fator foi a queda das taxas de juros. A situação atual é de juros negativos. Quem tem recursos aplicados em fundos de renda fixa ou na poupança está perdendo dinheiro para a inflação. É só comparar o desempenho, a taxa básica de juros é 2% ao ano enquanto a inflação acumulada é de 3,92%. Este cenário forçou os investidores a buscarem rentabilidade em outras fontes, sendo uma delas a bolsa de valores. O número de investidores na bolsa passou de 800 mil no final de 2018 para 2,3 milhões em 2020, esse movimento fez com que a bolsa subisse até os 100 mil pontos. 

Estrangeiros
Outro fator foi a volta dos estrangeiros para a bolsa. No exterior aconteceu o mesmo movimento. As principais bolsas do mundo atingiram suas máximas históricas movidas principalmente pela expectativa de vacinas contra a “gripezinha”, o que fará a economia mundial se recuperar. Com essa alta nas bolsas estrangeiras e com o real fortemente desvalorizado, o investidor estrangeiro vislumbrou na bolsa brasileira uma oportunidade de investimento com retornos atraentes. Isso gerou a entrada de recursos que em novembro atingiu R$ 33 bilhões, o que força a cotação do dólar para baixo e dá um novo impulso para a bolsa brasileira, pois quando avaliada em dólar a bolsa brasileira ainda está longe de atingir as máximas obtidas no ano de 2011. Esses dois movimentos explicam a alta da bolsa e a queda do dólar. 

Até quando?
A pergunta que surge é: até onde vai esse movimento altista? Essa a resposta é que vale milhões de dólares, e por várias razões. Será que as vacinas anunciadas serão eficientes? Haverá vacinas para todo mundo? A economia mundial irá se recuperar da forma projetada? Será que as previsões são otimistas? Que eventos poderão surgir e afetar a economia mundial? Os países asiáticos criaram um mercado comum, negociação que foi abandonada pelos Estados Unidos, isso será retomado com o novo presidente? E a economia na Europa como será depois do Brexit? Essas são apenas algumas dúvidas, e talvez, colocadas de forma superficial, sobre os movimentos mundiais e que poderão resultar em mudanças. No cenário interno, as dúvidas são ainda maiores e envolvem desde as reformas que não aconteceram e as decisões políticas, passando pela recuperação econômica. 

Do esgoto
Pequena verificação dos bordões utilizados no esgoto digital: Greve dos correios? Privatiza. Problemas na Petrobrás? Privatiza. Eletrobrás? Privatiza. Macapá com 22 dias sem energia elétrica? Bem feito, quem mandou votar no Sarney e no Alcolumbre. O estado foi socorrido pela Eletrobrás (empresa estatal)? Silêncio.