Protagonismo
A Costa Rica se tornou o 38º país a fazer parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o grupo das nações mais desenvolvidas do mundo
Mais um sintoma da perda de prestígio do Brasil no cenário econômico e político mundial. A Costa Rica se tornou o 38º país a fazer parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o grupo das nações mais desenvolvidas do mundo. Alguns poderão dizer que isso não é nada de mais. Realmente sob o aspecto econômico talvez não acrescente muito para nosso país. Mas sob o aspecto de protagonismo no cenário mundial isso é um golpe duro. Vamos lembrar que agora são quatro representantes da América Latina (México, Chile, Colômbia e Costa Rica). Não custa lembrar que em 2019, depois de uma série de concessões ao governo americano, o ex-presidente prometeu indicar o Brasil para ingressar no clube dos mais ricos. Porém, naquele ano ficou em silêncio, o apoio só veio a se concretizar em 2020 e, ao que parece, pouco adiantou. O efeito foi semelhante à Cloroquina no combate da Covid-19, muita promessa, muita conversa e nenhum resultado prático.
Requisitos
Os países convidados não são necessariamente as maiores economias, mas as que mais estão alinhadas aos conceitos da organização. Entre os principais objetivos estão a política de ampla concorrência, padronização de estatísticas e responsabilização criminal de pessoas jurídicas por suborno estrangeiro. Além de não atingir os padrões exigidos, o Brasil está sob monitoramento da OCDE sobre o combate a corrupção. A organização criou um grupo de monitoramento em março deste ano, algo que só aconteceu duas vezes em 60 anos. Apesar de afirmações que o país está pronto para ser um dos membros, ainda não atingimos todos os pré-requisitos.
Remendos
A reforma tributária tem seguido como uma longa novela, a cada dia parece mais um dramalhão mexicano. Os avanços foram poucos, nada surpreendente para um assunto que se prolonga por mais de 30 anos. Mas uma ideia surgiu e essa podemos apostar que será uma das primeiras a serem aprovadas. Trata-se de um novo Refis. Um programa para regularizar quem tem impostos atrasados. No fundo, é mais um beneficio para quem se apropriou dos tributos que deveriam ser repassados ao estado ou a União. Em última instância, é dinheiro do contribuinte.
Lamento
Como as autoridades sempre demonstram, pagar impostos em dia é um mau negócio. A utilização de afirmações parciais serve para demonstrar que essas medidas são úteis e geram resultados. O ministro declarou que R$ 80 bilhões foram recuperados com o uso dessas ferramentas. As mesmas informações podem ser utilizadas para mostrar o outro lado: R$ 400 bilhões foram sonegados no ano de 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Então, fazer um programa dando benefícios para quem não cumpriu com a obrigação de repassar os impostos cobrados, e achar bom negócio conseguir cobrar um quinto desse valor, não parece motivo para comemorar, mas para lamentar.