Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Produtividade

As 500 maiores empresas do país deixam de ganhar em torno de R$ 230 milhões por ano devido à falta de produtividade, diz pesquisa feita pela empresa de tecnologia Levee.

Pesquisa feita pela empresa de tecnologia Levee no final do ano passado revelou que as 500 maiores empresas do país deixam de ganhar em torno de R$ 230 milhões por ano devido à falta de produtividade. Entre os principais fatores que afetam o desempenho estão: alta rotatividade dos trabalhadores (em média de 40% nas grandes empresas); tempo e custo de reposição de funcionários; sobrecarga do quadro de trabalhadores; e absenteísmo ou faltas diárias. Os setores com maiores problemas são varejo, alimentação, serviços terceirizados e saúde. Em 1980 a produtividade do trabalhador brasileiro era seis vezes maior do que a do trabalhador chinês e 70% menor do que a americana. Em 2013 a produtividade do brasileiro era 18% menor que a chinesa e 80% menor que a americana.

Custos
Em termos de riqueza, o Brasil produz em uma hora algo em torno de 16,75 dólares enquanto os Estados Unidos produzem 67, Noruega 75, Luxemburgo 73 e Suíça 70. Em média, o trabalhador brasileiro leva uma hora para fazer o mesmo produto que um americano consegue realizar em 15 minutos, enquanto um alemão ou coreano levam 20 minutos. Isso não significa que o trabalhador seja pior que os outros. Apenas mostra que o nível de educação é baixo e há falta de equipamentos modernos nas empresas. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) o setor industrial brasileiro é 23% mais caro que o americano. Porém nem todos setores pioraram, em alguns a eficiência melhorou. Entre esses estão a agricultura, devido à incorporação de inovações tecnológicas; e o segmento financeiro devido à digitalização dos processos.

Renda
Um relatório do Banco Mundial sobre produtividade mostra que a renda per capita brasileira é aproximadamente 20% da americana. Se o Brasil tivesse a mesma produtividade, a renda per capita seria superior a 50% da americana. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a adoção de inteligência artificial em alguns setores da economia, como agronegócio, transporte e comunicação, poderia levar a um crescimento de 6,5% do PIB num período de 15 anos. 

Crédito Agrícola
Nesta semana o governo anunciou que deseja reduzir a participação do Banco do Brasil no Crédito Agrícola. Atualmente, a instituição tem uma participação de 58% a 60% nas últimas seis safras. A decisão deverá ampliar os espaços de atuação dos bancos privados. A dúvida é se eles terão disposição para tanto. Outra questão é se o subsídio aos juros será mantido para os bancos privados. Para os liberais que são contrários a isso e adoram fazer continência à bandeira americana, uma pequena informação: o subsídio ao seguro rural no Brasil custa em torno de R$ 400 milhões por ano, enquanto nos Estados Unidos ele é de 8 bilhões de dólares, em torno de R$ 30 bilhões.