Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Presente de grego

À medida que os indicadores econômicos foram melhorando, a preocupação com a crise econômica diminuiu.

medida que os indicadores econômicos foram melhorando, a preocupação com a crise econômica diminuiu. Mas o próximo grande problema pode estar se aproximando. E na verdadeira concepção pode ser um presente de Grego. O déficit público da Grécia está aumentando rapidamente e o país pode tornar-se insolvente. O efeito será sentido na Europa, especificamente sobre o Euro, a moeda comum, mas poderá ter reflexos em todo o mundo. Na palavra de um grande banqueiro europeu “algumas bombas-relógio ainda estão ativadas”. E a bomba mais próxima está identificada pelo nome: Grécia. Sintomas Como já foi manifestado por muitos especialistas. O capital é um animal arisco, que foge ao primeiro sinal de perigo. Isso já está acontecendo na Grécia. O preço de securitização dos títulos do governo aumentou drasticamente. O déficit do orçamento que estava previsto em fechar o ano em 6% do PIB deverá ser de 12%. Simplesmente o dobro e muito distante do limite de 3% previsto pelas regras da União Européia. A dívida só tende a aumentar, pois o país paga juros de dois pontos percentuais acima dos demais membros da união européia. E os preços dos seus títulos têm derretido no mercado secundário. Em 2010 haverá a necessidade de refinanciar 25 bilhões de euros. Ou seja, terá que obter empréstimos no mercado financeiro sobre a dívida já existente. Se não conseguir compradores para os novos títulos a única saída será declarar a insolvência. Assim como foi feito recentemente pela Argentina. Efeitos Por que um país economicamente pequeno pode representar tanta preocupação? Porque esse pequeno país poderá ser a prova de fogo para a união econômica européia. Pelas regras atuais, os 27 países membros não podem fazer empréstimos entre eles para tapar furos no orçamento. Se isso ocorrer a confiança na moeda seria abalada. Os demais países podem questionar de que adianta ter uma moeda comum se alguns membros vão ter que pagar a conta dos outros. Acrescente-se a isso, o chamado efeito dominó. Se um membro da zona declarar insolvência, o mercado poderá testar a estabilidade de outros países com economias mais frágeis. Isso poderá destruir a nova moeda. Contaminação Por enquanto são apenas dúvidas. As respostas não são exatas. Em caso de inadimplência de um de seus membros os demais países suportarão? Os riscos podem se disseminar por outros países? Haveria mecanismos de ajuda e controle? Perguntas que até o momento não encontram respostas, até porque será uma experiência inédita. De concreto existem os dados preocupantes. Quantas bombas-relógio existem, ninguém sabe.