Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Preocupado e despreocupado

Um vereador mostrou preocupação com os acessos da ERS-122, principalmente em dois pontos críticos, que são os acessos à Lagoa Bela e à Rua Júlio de Castilhos

Na sessão do dia 14 de fevereiro um vereador mostrou preocupação com os acessos da ERS-122, principalmente em dois pontos críticos, que são os acessos à Lagoa Bela e à Rua Júlio de Castilhos. Um assunto pertinente, principalmente no momento em que estão projetando mudanças na Avenida 25 de Julho, o que pode interferir em toda mobilidade urbana. O assunto foi para as redes sociais, e outro vereador, de forma até um pouco agressiva, começou a dizer que o colega é desinformado, que tudo está negociado e a preocupação é desnecessária nesse momento. Talvez o debate não seja necessário para o vereador “despreocupado”, ou como dizem os mais jovens “di boas”. Mas, evitar acidentes e preservar vidas é importante para boa parte da população. Isso fica evidenciado pelo abaixo assinado feito no bairro Aparecida, já tem alguns anos, onde mais de 200 pessoas pediam providências para o trânsito na Rua Júlio de Castilhos. Por sinal, quem levou essa demanda para o poder público foi um vereador do mesmo partido do vereador “di boas”. Onde foi parar? Só o que se sabe é que os resultados até o momento foram nulos.   

Ilegal
Pelas manifestações do vereador “di boas”, qualquer proposição referente a mobilidade urbana parece atacar a reforma da Avenida. Não me parece ser o caso, as obras não são excludentes. É possível embelezar e dar segurança. A Rua Júlio de Castilhos teve um aumento significativo no fluxo de veículos, uma das causas é que ela possui um acesso para a ERS-122, realizado de forma ilegal e irregular há alguns anos. A obra não teve placa nem cerimônia de inauguração. Alguma “alma caridosa” doou os bloquetos de concreto para a pavimentação, alguém doou os canos de esgoto, e a obra de acesso foi realizada não se sabe por quem. E lá está, ligando de forma irregular e ilegal a ERS-122 com a Rua Júlio de Castilhos. O resultado dessa obra realizada de forma estranha, é o elevado número de acidentes, alguns com vítimas fatais. Será necessário a ocorrência de alguma tragédia para que algo seja feito?

Tempo
Segundo o vereador “di boas” esse debate é desnecessário, pois tudo já está negociado no plano de concessão da rodovia. Vejam só que maravilha! Para que se ocupar desse assunto se daqui a quatro anos tudo será resolvido? O vereador, que afirma ter participado de várias sessões, deve saber que no plano estabelecido pelo governo do estado está previsto o início das obras para quatro anos depois da concessão. Dessa forma, se tudo der certo, e a concessão realmente acontecer neste ano, em 2026 é provável que as obras iniciarão. Será na data prevista? Quando serão concluídas? Quem sabe? Mas até lá temos que ficar tranquilos, ou “di boas”, não precisamos solicitar melhorias na sinalização, nem alguma obra provisória que amplie a segurança. Só precisamos sentar, aguardar, contar os acidentes e lamentar as vítimas. 

Responsabilidade
Além de estar tudo negociado, outra justificativa do vereador “di boas” é que os dois pontos pertencem ao estado. É verdade. Então não vamos solicitar nada porque é do estado, assim a responsabilidade é dele. Para que vamos incomodar o estado por um acesso irregular se a responsabilidade é dele? Nesse caso, a Rua Júlio de Castilhos fará parte da concessão? Será necessária uma tragédia ou basta um novo abaixo assinado?