Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Poupança

Para muitos, como eu, este valor faz uma grande diferença.

Poupança
Em tempo de juros altos a poupança é uma das piores opções para investimento. Ao menos para aqueles que pretendem deixar os recursos aplicados por no mínimo um ano. Neste período a poupança deve render em torno de 7,5%, enquanto que um CDB com rentabilidade de 90% do CDI deve resultar em rentabilidade líquida de 9,7%, um ganho a mais de 30%. Para quem aplica num título do tesouro direto e que renda o equivalente à Taxa Selic, o ganho líquido será em torno de 10,3%, ou 37% acima da poupança. Isso explica o resgate recorde da poupança que ocorreu em abril. Foram mais de R$ 5 bilhões. O cálculo é simples: quem tem R$ 100 mil pode optar por receber no final de 12 meses R$ 7.500 se deixar na poupança ou R$ 10.300 aplicando em títulos do Tesouro com a mesma segurança e somente com liquidez menor. Uma diferença de R$ 2.800 no ano. Para muitos, como eu, este valor faz uma grande diferença.

Ajustes
As decisões da nova equipe econômica têm conseguido desagradar os setores mais diversos, incluindo aqueles que estão em lados políticos opostos. Os trabalhadores não gostaram das alterações na concessão de seguro desemprego e abono salarial. O que fez com que a oposição se posicionasse como defensora dos trabalhadores. Por outro lado a poderosa Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) afirma que o setor já ajustou seus custos com base na desoneração da folha e que alterar isso vai afetar a competitividade. Quando as queixas vêm de lados tão distintos, revela que os ajustes vão afetar todos os segmentos. Como diz o ditado popular, “em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”. O que é mais irônico, a oposição preocupada com os direitos trabalhistas ou a indústria com dificuldade de reajustar preços?

Dúvida
Um passarinho me enviou uma pergunta, e eu não sei a resposta. O abaixo-assinado feito pelas pessoas que não querem o terminal de passageiros na Praça Nova Trento foi assinado por usuários do transporte público? Nas grandes cidades os imóveis são mais valorizados quando estão próximos de uma estrutura de transporte. Na nossa cidade é o contrário? Dúvida cruel. Como não sou especialista, deixemos para os encarregados do planejamento urbano a escolha do local, mas como sou usuário, darei uma sugestão. Não gosto de dirigir e frequentemente utilizo ônibus para meus compromissos. O que observei em algumas cidades é o surgimento do que denominam de ‘paradouro’, um lugar com estrutura para alimentação, banheiro, abastecimento, entre outros serviços. Em nossa cidade isso poderia ser feito junto a um posto de combustível, porém, será necessária uma estrutura que permita o deslocamento da população, seja por meio de ônibus urbano, táxi ou outro meio de transporte. Como vimos recentemente, alguns concessionários de serviços públicos não cumprem suas obrigações e têm muita influência junto ao Poder Público, alterando editais e ‘otras cositas’. A solução deve contemplar a prestação de serviço à população, mas passa por um compromisso dos concessionários de efetivo cumprimento das obrigações, o que não ocorre até o momento pela passividade do Poder Público.