Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Poupança

Poupar é bom? Aparentemente sim. Os teóricos econômicos dizem que um país com poupança interna tem maior capacidade de investimento.

Poupança
Poupar é bom? Aparentemente sim. Os teóricos econômicos dizem que um país com poupança interna tem maior capacidade de investimento. Por outro lado, existe o receio de que o brasileiro anda endividado – é somente um sentimento sem nenhum dado científico. Uma pesquisa mostra que alguns desses ‘mitos’ do mercado se desmancham no ar. Aumentou o número de pessoas com dinheiro guardado. Pesquisa realizada pela Fecomércio do Rio de Janeiro mostra que 19,1% das famílias têm algum dinheiro guardado. Esse percentual subiu 3,1% em relação ao ano anterior. Como tudo na vida, essa notícia pode ser interpretada pelo lado positivo ou negativo.

O lado positivo é que as pessoas aumentaram a renda e conseguem guardar um pouco dos rendimentos; outro aspecto é que o aumento dos juros tem inibido o consumo, ou ainda, o brasileiro criou juízo, deixou de se endividar e está poupando. Porém, alguns preferem acreditar no ‘fim do Brasil’, como um analista que concluiu que a poupança aumentou porque as pessoas estão inseguras e com medo do futuro. O que sabemos, com certeza, é que a poupança aumentou, os motivos podem ser os mais diversos e podem gerar qualquer tipo de especulação.

Onde?
O que faz com que alguém guarde dinheiro em casa? Desconfiança dos bancos, medo? O fato é que 10,4% das pessoas pesquisadas declararam guardar dinheiro em casa; 2,5% aplicam o dinheiro em fundos de investimentos e 85,8% preferem a poupança. O estudo foi realizado no Rio de Janeiro (não foram divulgados detalhes metodológicos), talvez a realidade do país seja outra. De qualquer forma isso se confirma com o aumento do volume de depósitos na poupança.

Indicadores
Surpreende o número de pessoas que analisam as contas brasileiras. Muitas delas, sem a menor formação, mas todas afirmam que os fundamentos econômicos estão ruins. É óbvio que os interesses eram outros. As análises ficam cada vez mais semelhantes com aquelas imagens que postam nas redes sociais dizendo ‘não pagamos nossa dívida externa e estamos devendo cada vez mais’. Sem dados, sem fonte, mas uma mensagem rápida, ideal para ser digerida sem questionamentos.
Passadas as eleições podemos olhar os dados econômicos. Balança comercial com saldo negativo de US$ 690 milhões até setembro de 2014. Não é um bom resultado para quem se acostumou a ter saldos positivos nos anos anteriores – em 2013 o saldo foi US$ 2.399,5 positivo. Porém, nada que possa nos preocupar. Vejamos outros indicadores: reservas internacionais de US$ 375.513 bilhões contra US$ 360.936 em janeiro, ou seja, a poupança externa do país aumentou; dívida externa bruta encerrou 2013 em 13,8% do PIB, em 2002 o percentual era de 41,8%. A dívida externa líquida ficou negativa em 4,2%, ou seja, ampliamos as reservas, ou então reduzimos o endividamento. Somente cinco países do mundo tem superávit primário, o Brasil é um deles. Mas o do Brasil diminuiu, dizem os pessimistas. O desemprego está no menor índice da história. É propaganda enganosa, dirão os incrédulos. A situação é boa? Não. Mas está longe de ser ruim.