Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Pontualidade

Levantamento realizado pela empresa Serasa Experian mostra que em 2012 as micro e pequenas empresas foram extremamente pontuais nos pagamentos

Levantamento realizado pela empresa Serasa Experian mostra que em 2012 as micro e pequenas empresas foram extremamente pontuais nos pagamentos. Desde 2006, quando começou o acompanhamento, foi o melhor resultado com 95,4% das empresas pagando seus compromissos no vencimento ou com atraso máximo de sete dias que, segundo os critérios adotados, é considerado pagamento pontual. Segundo a empresa, a pontualidade se deve a diversos fatores, entre eles, à redução da taxa real de juros, o deslocamento da economia para o mercado doméstico após a crise de 2008 e o aprimoramento das técnicas de gestão. A pontualidade foi maior nas empresas comerciais com 96%; nas indústrias o índice ficou em 94,9%; e no setor de serviços foi de 94,8%.
Racismo
Uma notícia publicada no rodapé dos jornais e que dificilmente será exibida na televisão mostra como o racismo está incrustado na sociedade e pode se manifestar. Um casal foi comprar um carro BMW numa revenda do Rio de Janeiro. A criança de sete anos, de cor negra, adotada pelo casal, foi deixada na sala de espera assistindo televisão. O gerente atendeu o casal sem saber da existência da criança. Quando ela se aproximou, a cor da pele fez brotar a inconveniência de sua presença num local cujo estereótipo do cliente é o branco e rico. O gerente, sem esperar qualquer manifestação, ordenou que a criança saísse e explicou para o casal que “eles pedem dinheiro e incomodam os clientes”. Depois da revolta da família a concessionária descreveu o caso como um “mal entendido”.
Renda e cor
A família, em campanha reveladora sobre o caso, afirma, com propriedade, que preconceito não é mal entendido. O ocorrido serve para muitas reflexões. Sem querer condenar ninguém, mostra apenas que o racismo está entre nós e alguns espaços são destinados a brancos, independente da renda. Ao ver a criança o gerente não teve dúvidas. Seu papel enquanto vendedor de produtos de consumo para determinada classe é proteger os ricos dos pobres. Isso equivale a proteger os brancos dos negros. Não se enquadrava no universo do atendente uma família multirracial. Por quê? Porque elas são raras. É simples assim. O padrão do cliente que ele tem registrado é do branco rico. A cor da pele impediu que em algum momento ele visualizasse naquela criança um futuro adulto rico e potencial cliente da revendedora de carros de luxo. Ele não é culpado. Somos todos responsáveis por este estereótipo que ajudamos a construir.
Invisíveis
Neste contexto, uma criança negra não faz parte do universo de consumo. Os dados sobre desigualdade social no país mostram uma relação muito íntima com desigualdade racial. O fato é que negros são mais pobres que brancos. As causas podem ser debatidas, mas o fato é inquestionável e leva a atitudes como a do vendedor de carros.