Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Política sem rumo dólar sem prumo

As autoridades travam uma luta árdua para colocar a economia num novo patamar que se sustente por algum tempo.

Política sem rumo dólar sem prumo
Não podemos esperar melhoras se não houver governabilidade. As autoridades travam uma luta árdua para colocar a economia num novo patamar que se sustente por algum tempo. O grande inimigo é a inflação. Alguns indicadores sinalizam queda, como o IPCA-15 de setembro que variou 0,39%, patamar um pouco abaixo de agosto. Porém, no ano acumula 7,78%, o que não é nada animador. Mas esta é somente uma parte do problema. O principal entrave ao Brasil atualmente é o Congresso que não define claramente o que deseja: se assumir o governo ou simplesmente negociar alguma ‘coisinha’. Na torre de Babel do legislativo nunca se sabe quem é oposição, pois as decisões se alternam como o vento. Temos uma bancada que se diz do governo, controla as duas casas legislativas mas coloca em votação projetos que contrariam todas as recomendações para a estabilização. Com que interesse? A mesma bancada se alia com a oposição para fazer o jogo do ‘quanto pior para eles, melhor para nós’. A cotação do dólar apenas reflete o manicômio que se tornou a política brasileira. Nesta semana a cotação da moeda americana bateu o recorde de R$ 4,12. As autoridades econômicas acreditam que vencidas as incertezas a moeda deverá estabilizar. Para que valor? Segundo o ministro da Fazenda é impossível fixar a taxa.

Riscos
Uma parte do governo querendo adotar medidas de austeridade que não são nada simpáticas propõe cortes no orçamento para economizar R$ 26 bilhões. Em seguida o legislativo vota e aprova um aumento para um setor público que vai custar aos cofres públicos R$ 23 bilhões no próximo ano. Em resumo, uma medida inutiliza outra. Imaginem um estrangeiro lendo essas notícias no jornal. Somem a isso os escândalos, a retração econômica, políticos falando em golpe e temos um mar de incertezas. A pergunta é: quem manda? Deputados, senadores ou o Executivo? Quem pode confiar que esse país será um bom pagador no futuro? Quem tem ‘Cunha’ tem medo.

‘V’ de vitória ou vergonha?
Nesse momento em que aumentam as dificuldades financeiras em todas as esferas, a imagem desta semana é reveladora. Deputados estaduais posando para fotos com os dedos fazendo o ‘V’ da vitória. Vitória para quem? Deve ser para eles, porque para o povo foi uma derrota. Um aumento de impostos deve ser lamentado e não comemorado. Poderiam comemorar se fizessem sua parte, como reduzir os assessores que não comparecem ao trabalho.

Mimosa
A parada de ônibus, realocada por algum desígnio divino em Flores da Cunha, recebeu um piso de concreto para aliviar a falta da calçada. Tudo na conta do povo. Ficou uma ‘belezura’. Falta colocar algumas flores de plástico para embelezar e lampiões para iluminar. Daí será a identificação perfeita dos responsáveis pela nova obra de mobilidade urbana.