Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Pobreza

O número de pessoas em situação de pobreza aumentou 4% no ano de 2017 em relação ao ano anterior

Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) denominado Síntese de Indicadores Sociais (SIS) revela dados preocupantes sobre a questão social do país. O primeiro é que o número de pessoas em situação de pobreza aumentou 4% no ano de 2017 em relação ao ano anterior. Isso significa que 54,8 milhões de brasileiros ou 26,5% da população total está nessa situação. Os parâmetros para definir a linha de pobreza são definidos pelo Banco Mundial e são utilizados para acompanhar a pobreza global. A situação de pobreza é considerada para aqueles que ganham menos de 5,5 dólares por dia, o que correspondia a aproximadamente R$ 406 por mês. 

Pobreza extrema
No mesmo período, a população em condições de pobreza extrema aumentou em 13%, passando de 13,5 milhões para 15,3 milhões de pessoas. Em relação à população brasileira, 7,4% do total estão abaixo da linha de extrema pobreza – em 2016 esse percentual era de 6,6%. Essa condição é definida pela renda inferior a 1,9 dólares por dia, o que equivale a R$ 140 mensais. O ponto mais baixo da curva foi em 2014, quando 5,1 milhões de pessoas estavam nessa situação, o que demonstra que o país se esforçou para piorar isso: em apenas três anos jogou 10 milhões de pessoas em condições de pobreza extrema. 

Mais pobres
Observando os demais dados da pesquisa é possível constatar que todas as faixas de rendimento usadas para classificar a pobreza tiveram aumento. O estudo mostra que quem já era pobre ficou mais pobre. Mas teve gente que ficou pobre e não era antes. Um exemplo disso são as faixas intermediárias. Em 2017, havia no país 26,9 milhões de pessoas vivendo com menos de 25% do salário mínimo, o equivalente a R$ 234,25, já que o valor do mínimo era de R$ 937,00. Essa população aumentou em 1 milhão de pessoas em relação ao ano anterior.

Causas
O estudo mostra que esta situação não ocorre por acaso, mas é o efeito de políticas adotadas, tais como restrição de programas sociais e concentração econômica em alguns segmentos. O pequeno aumento do PIB não se refletiu em melhorias para a população.