Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Placar

A Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados aprovou o relatório que concluiu que há indícios de irregularidades no governo de Dilma Rousseff.

Placar
A Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados aprovou o relatório que concluiu que há indícios de irregularidades no governo de Dilma Rousseff. O placar foi de 38 votos favoráveis e 27 contrários. Nada surpreendente quando se observa o caldo ideológico e o clima de pastelão em que se transformou o pedido. As questões técnicas ficaram em último plano. O mais importante foram os discursos e as selfies dos deputados. Segundo o jornal espanhol El País, dos 65 componentes, 30 têm pendências com a Justiça, 20 são alvos de inquéritos no STF e quatro são investigados na operação Lava Jato. Quarenta deles receberam doações de empresas envolvidas na investigação sobre corrupção na Petrobras. Como votaram aqueles com pendências na Justiça? Nem precisa pensar muito, é só olhar o placar.

Suprapartidário
Pesquisa realizada pelo site Congresso em Foco mostra o placar de parlamentares que estão sendo investigados pelo STF. No total são 17 partidos. Em primeiríssimo lugar está o PMDB, com 42 parlamentares. Dividindo a segunda colocação estão o PP e o PT, com 20 cada. Em terceiro lugar está o PSDB, com 19, seguido de perto pelo PSD com 18 e PR com 17. Na semana que passou o procurador responsável pela Lava Jato fez um elogio à presidente Dilma, afirmando que ela nunca interferiu nas investigações, diferente das gestões passadas. Terá sido um recado ao vice? Ou um alerta aos deputados?

Indefinições
A primeira hipótese é de que o pedido de impeachment seja aprovado. Nesse caso, a dúvida será por quanto tempo o vice ficará governando, uma vez que a única razão técnica são as pedaladas fiscais, e elas foram autorizadas tanto pela presidente quanto por ele. Se a lei for aplicada e ele sair, a dúvida é se o presidente da Câmara ainda estará em liberdade para assumir.
Nesse mesmo viés, a lei será aplicada também aos governadores? Nesse caso, teremos 16 governadores com o mandato em risco. Mas vamos imaginar a hipótese de um ‘acordão’, fica tudo por isso mesmo e em nome da ‘governabilidade’ a Justiça começa a ficar morosa e nada aconteça. Com quem o vice-presidente vai governar? E como? A segunda hipótese é que o impeachment não seja aprovado. Como a presidente vai governar e com quem? O que foi prometido para que isso aconteça? Em qualquer dos cenários não existe melhor hipótese, só a pior.

Voltou
Um passarinho me contou que um vereador de Flores da Cunha teria feito a seguinte afirmação: “Ainda bem que temos o Cunha em Brasília para segurar as ‘pontas’, senão estaríamos perdidos”. Para quem não sabe ele estava se referindo ao atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que vai colocar em votação o pedido de impeachment. É o mesmo que já teve seu nome apontado por nove vezes como corrupto, com quatro contas identificadas em paraísos fiscais onde estavam R$ 52 milhões. O que esperar de um vereador que afirma isso? No melhor dos cenários, nada.