Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Petróleo e veículos

Com a Líbia próxima de uma guerra civil...

Com a Líbia próxima de uma guerra civil, o petróleo faz a alegria dos investidores comprados no mercado futuro. Na semana passada fechou em US$ 116 na Bolsa de Londres e US$ 104 na Bolsa de Nova York, maior cotação desde setembro de 2008. Enquanto isso, no Brasil, as montadoras informaram, que a produção de veículos no mês passado alcançou 310 mil unidades no país. Mesmo com o corte de incentivos, em março do ano passado, as vendas estão 24% acima do primeiro bimestre de 2010. O que significa mais de 800 mil veículos. De acordo com alguns analistas do setor é previsto para o ano, uma expansão entre 8% e 10%, o que pode levar a uma produção anual de 3,8 milhões de unidades. Para efeito de comparação, seremos o terceiro maior mercado do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos. Haverá estrada de qualidade para tanto veículo? É o próximo desafio. E quando veremos o Ministério das Cidades apresentar um projeto consistente para transporte coletivo?
Personagens do Carnaval
Se fossem fantasias de Carnaval, o euro seria o “primo rico”, e o dólar o “primo pobre”. No ano que passou, a moeda europeia valorizou 7,98% e o dólar foi ao baile de carnaval valendo R$ 1,64 o menor valor desde 2008. A bolsa de valores se mantem em 68 mil pontos, ainda distante do recorde de 73 mil, mas bem longe do desastre de 35 mil, ambos alcançados na euforia e no pânico de 2008.
Mais medidas
O dólar se mostra indomável. Por conta das altas emissões americanas a moeda derrete a cada dia. O mercado espera, para depois do Carnaval, novas medidas para conter a valorização do Real. Entre os recursos já utilizados estão: elevação do IOF para investimentos estrangeiros, hoje em 6%, limitações das operações dos bancos no mercado futuro. Atuação do Banco Central com swap cambial reverso e leilão a termo de câmbio. As alternativas são cada vez menores. As autoridades podem comprar moeda com os recursos do fundo soberanos, o que não é bem visto em alguns segmentos. Outra possibilidade é estabelecer uma quarentena para o ingresso de capitais. Dessa forma, não estaria dificultando a saída de recursos, que é uma medida mal vista pelos investidores, mas colocando regras para os novos ingressos. É de aguardar. Momento de expectativa para importadores e exportadores.
Convidado chato
Quem ameaçou estragar o baile de Carnaval foi a inflação. Sempre uma convidada chata e indesejada. Os indicadores divulgados mostram para fevereiro uma inflação abaixo de janeiro. Mas com um índice preocupante: o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulando 6,36% em 12 meses. Como é o indicador usado para correção de salários pode ser um sinal de turbulências nas negociações.