Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Pessimismo

Para ampliar o pessimismo, se utilizam de comparações estatísticas estapafúrdias tipo ‘a maior queda dos últimos 10 meses’, ou então, ‘maior queda para o mês nos últimos 12 anos’.

Pessimismo
Nestes tempos de intolerância e ódio, não devemos dar boas notícias sob o risco de sermos taxados de alienados. Como devem saber os leitores da grande imprensa e a audiência do telejornal, o Brasil está indo de mal a pior. A economia não cresce. O resto do mundo também não. Mas isso não vem ao caso como dizem alguns especialistas, o problema é nossa incompetência. Os Estados Unidos enfrentam a mais longa recessão da história. Não importa, deveríamos ter competência para resolver nossos problemas. E assim segue a cartilha pessimista e triste das carpideiras.
Para ampliar o pessimismo, se utilizam de comparações estatísticas estapafúrdias tipo ‘a maior queda dos últimos 10 meses’, ou então, ‘maior queda para o mês nos últimos 12 anos’. Isso contamina. Esses dias um amigo me informou que sua empresa de comercialização de máquinas para a indústria reduziu o número de funcionários de 40 para 25. Esse foi o ajuste necessário para a continuidade. Realmente não é uma boa notícia. Perguntei a ele quantos funcionários ele tinha 10 anos atrás. Cinco, foi a resposta. Fiquei na dúvida sobre o que é mais triste: o crescimento de 400% no período de 10 anos ou a redução de 37%. O tom do momento é evitar qualquer notícia alentadora.

Desinformados
No ano que passou a bolsa de valores brasileira desvalorizou 13,3%. Porém, aconteceu um fenômeno interessante: aumentou a presença de estrangeiros. A entrada de capital externo na bolsa foi a terceira maior desde 1994. No total, os estrangeiros compraram R$ 16 bilhões em ações. Essa foi a diferença entre compras e vendas. Com essas aquisições, a participação de estrangeiros na bolsa brasileira passou para 52,8%, a maior desde 1994. O que enxergaram os ‘gringos’ para comprarem ações no Brasil? Seriam eles desinformados, alienados ou sabe-se lá o quê? Os pessimistas dirão que é porque as ações estão muito baratas. Pois bem, tenho um aparelho de fax quase novo e vendo barato. Alguém se interessa? Ou então, dirão que é somente capital especulativo. Pode ser verdade. Mas não terá outro país no mundo mais seguro para especular? Para esses tenho outra informação que não gerou manchete.

Investimentos
O Brasil ficou entre os países que mais receberam investimentos estrangeiros diretos, a previsão é de fechar o ano com US$ 66 bilhões. Na América Latina, o Brasil está em 1º lugar, à frente de países admirados como Chile e México. Segundo levantamento prévio da Organização das Nações Unidas (ONU), o país deverá ficar no 6º lugar, entre os 10 principais países do mundo a receber investimentos. Investimento Estrangeiro Direto (IED) são recursos aplicados em atividades econômicas, sejam aquisições de empresas, ampliações, etc. Não são investimentos no mercado financeiro. O que será que os estrangeiros enxergam no país, diferentemente dos nativos? Será que eles não leem a revista semanal, ou não assistem nosso telejornal? Ou são malucos e vão rasgar dinheiro num país que perdeu o grau de investimento. Alguns acham que somos malandros e estamos passando os ‘gringos’ para trás. O futuro dará as respostas.