Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Perfil da exportação

As mudanças na economia mundial ocorridas nos últimos tempos alteraram o perfil do Brasil como exportador. Levantamento realizado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgado nessa semana pela BBC Brasil, revela o aumento nas vendas de commodities (produtos que não foram industrializados).

Perfil da exportação As mudanças na economia mundial ocorridas nos últimos tempos alteraram o perfil do Brasil como exportador. Levantamento realizado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgado nessa semana pela BBC Brasil, revela o aumento nas vendas de commodities (produtos que não foram industrializados). Essa alta ocorrida neste ano, fez com que as exportações de produtos manufaturados fiquem em segundo lugar no ranking de exportações, algo que não ocorria desde 1978. A serem mantidas essas projeções a exportação de produtos básicos acumulada no ano, representará 41% das exportações contra 40% dos manufaturados. Houve uma queda generalizada no volume do comércio mundial, segundo dados preliminares, poderá ser a maior dos últimos 40 anos. Nos primeiros oito meses do ano a redução brasileira foi de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, a queda dos produtos básicos foi de 13% enquanto nos produtos manufaturados foi de 31%. Parceiros comerciais Grande parte das exportações brasileiras de manufaturados é destinada a países da América Latina e aos Estados Unidos, que foram fortemente atingidos pela crise e, com isso, reduziram suas importações. A China ainda mantém suas importações do Brasil, porém, como tinha antecipado grande parte da importação de soja, isso faz com que os produtos básicos tiveram um índice muito melhor. A competitividade da indústria brasileira foi afetada pela valorização do Real frente ao dólar, especialmente nos produtos manufaturados. Porém, isso não é não unanimidade entre os analistas, pois alguns estudos mostram empresas brasileiras aumentando sua participação no mercado externo. Estratégia A exportação de produtos básicos é vista como frágil por alguns setores, pois nesse caso o exportador não tem controle sobre o preço e quantidade. A decisão é sempre do importador. Por outro lado, há os que defendem que a capacidade de produção de alimentos é um fator estratégico positivo, pois pode servir para alavancar tanto o mercado interno como as exportações. O aumento das exportações brasileiras é também decorrente da maior diversificação tanto em produtos como em mercados, reduzindo a dependência do mercado americano. Tendências Reverter essa tendência poderá demorar algum tempo e necessitará de grandes investimentos. Estudo da divulgado em maio pela FGV Projetos e pela consultoria Ernest & Young, com projeções até 2030, afirma que o Brasil deve perder participação nas exportações mundiais, especialmente no setor de manufaturados. As projeções indicam que até 2030 as exportações brasileiras de manufaturados deverão crescer a uma média de 1,8% ao ano, enquanto as importações mundiais devem crescer 3,7% ao ano. De acordo com os autores do estudo, o aumento insuficiente da competitividade - atribuído a fatores como custo crescente de energia, gargalos de infra-estrutura, um sistema tributário que encarece o preço final dos bens e investimentos insuficiente em pesquisa e desenvolvimento - fará com que o perfil das exportações brasileiras seja cada vez mais de produtos básicos.