Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Perdas

Ao saber da morte do Silvio “chatinho”, tive vontade de xingar

Ao saber da morte do Silvio “chatinho”, tive vontade de xingar. Xingar com força todos os negacionistas e demais “terroristas” que nos colocaram nessa situação. Amaldiçoar aqueles que desprezam a ciência, os que atrasaram a vacina, os que divulgam falsas curas. Xingar e gritar até cansar. Depois, chorando em silêncio em algum canto, lembrei que ele merece mais que isso. Na falta de palavras e com olhos embaçados de lágrimas, lembrei do poema recebido tempos atrás de autoria do artista cubano Aléxis Valdés, publicado em 20 de março de 2020. Penso que é uma boa homenagem. Fique em paz, amigo. 

Quando a tempestade passar,
as estradas se amansarem,
E formos sobreviventes
de um naufrágio coletivo,
Com o coração choroso
e o destino abençoado
Nós nos sentiremos bem-aventurados
Só por estarmos vivos.

E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido
E elogiaremos a sorte de manter um amigo.

E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.

Não teremos mais inveja pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido 
Seremos todos mais compassivos.

Valerá mais o que é de todos do que o que eu nunca consegui.
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos

Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que 
significa estarmos vivos!
Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi.

Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, que nós nunca soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado.

E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado...
Mas você nunca perguntou o nome dele 
Porque estava com pressa...

E tudo será milagre! 
E tudo será um legado
E a vida que ganhamos será respeitada!

Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, com tristeza,
Que o Senhor nos torne melhores, assim como o Senhor "nos" sonhou.