Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Pedágios – sempre pode piorar

Dia 31 de maio de 2013, em frente à praça do pedágio de Farroupilha, o governador e boa parte do seu primeiro escalão fizeram uma grande manifestação para comemorar o fim das concessões dos pedágios.

Dia 31 de maio de 2013, em frente à praça do pedágio de Farroupilha, o governador e boa parte do seu primeiro escalão fizeram uma grande manifestação para comemorar o fim das concessões dos pedágios. Conforme declaração do governador Tarso Genro, o ato foi uma “conquista do Estado e da recuperação de suas funções públicas”. Acrescentando que o governo “resgata o direito de ir e vir dos cidadãos da Serra” e que “isto terá reflexos positivos na economia local”. Além do fechamento da praça também foi comunicada a redução do valor cobrado de R$ 7 para R$ 5,20. Na ocasião o presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) ressaltou que a empresa iria assumir as demais praças e cuidar das estradas. Como cansamos de saber, depois da festa e dos discursos inflamados voltamos à realidade de um Estado inoperante, incompetente e, porque não, irresponsável. O que temos passados mais de três meses? Além de discursos, abandono, buracos, falta de conservação e muita reclamação.

Manutenção?
Assim como tantos, também pensei que a ausência dos pedágios poderia afetar a manutenção das estradas. Antes que alguém me jogue pedras, esclareço: não fui a favor da implantação dos pedágios. Não concordei e não concordo com o modelo implantado. Mas confesso que fiquei receoso do que podia acontecer com a sua retirada. Só não imaginava o pior. Nunca pensei que poderia ser tão ruim, ou seja, continuar a pagar e ter que conviver com a péssima condição das estradas. A EGR não imaginou que teria que fazer manutenção? Como sempre o Estado é uma lebre de um lado e um cágado de outro. Muito ágil quando se trata de cobrar, mas excessivamente lento para retornar os benefícios. “Cada centavo será reinvestido na estrada onde for cobrado”, garantiu o presidente da EGR na ocasião. Parece que já não será assim. Em outra entrevista o mesmo garantiu que 80% dos valores arrecadados serão aplicados. Notícias recentes informam que a empresa arrecadou R$ 27 milhões e que vai aplicar R$ 17 milhões. Já reduziram o percentual para 63%. Assim, conforme a verba vai reduzindo os buracos vão aparecendo. Segundo a propaganda oficial, no dia 30 de agosto foi realizada uma operação tapa-buracos. Aonde? Os usuários do trecho de Caxias a Antônio Prado viram alguma função? Acho que a empresa se confundiu com a foto publicada no jornal. Aquele era o vereador Fera que tapou um buraco por iniciativa própria, não eram funcionários da empresa. Ou a EGR contratou o vereador ou continua nos devendo o serviço.

Relatório e realidade
Relatório de 27 de agosto no site do Daer-RS (disponível no seguinte endereço: bit.ly/14iHINu) consta como situação atual: ‘Boas condições de trafegabilidade’. Devidamente assinado pelo engenheiro (i)rresponsável. Notícia da rádio Solaris em 26 de agosto: “Buracos entre Ipê e Flores da Cunha causam transtornos”. Segundo um ouvinte, até as 10h em uma única mecânica oito carros estavam danificados devido aos buracos. Deve ser este o reflexo da economia citado pelo governador: aumento da demanda por pneus, rodas, serviço de borracheiro, mecânico, guincho e ambulância, entre outros.