Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Outras propostas?

Aparentemente, a única proposta é a reforma da previdência como a solução mágica

Quais são as propostas para que a economia saia da letargia atual e comece a crescer? Nem precisaria ser muito, que seja pouco, ao menos servirá para dar um alento à população. Aparentemente, a única proposta é a reforma da previdência como a solução mágica. Vamos avançar para o futuro e considerar que a proposta foi aprovada. Qual seria seu efeito imediato? Essa pergunta não encontra respostas. Alguns políticos juram que ela irá gerar 8 milhões de empregos em oito anos. Oito anos? Temos 12 milhões de desempregados hoje. Dizer que 1/3 deles continuará desempregado em oito anos não resolve o problema. Mas, vamos acreditar nos oito milhões, como isso acontecerá não é explicado. Parece mais palpite do que um plano. 

PEC do milagre
Voltamos no tempo. Estamos em 2016 e os congressistas estão debatendo uma proposta de emenda constitucional, a PEC 241, para limitar os gastos do governo. Uma medida necessária para tentar por ordem no orçamento. Lá, como agora, foi anunciada como a solução para a economia. Algumas das manifestações dos políticos: “os 12 milhões de desempregados são fruto da irresponsabilidade fiscal”. Do deputado relator: “esse plano vai ajudar os pobres, porque são eles que sofrem com a inflação e com o desemprego”. De um empresário: “a medida será fundamental para equilibrar as contas públicas e para recuperar a confiança na economia”. Pois a constituição foi alterada, já se passaram três anos e os resultados estão disponíveis para quem se dispõem a analisar: a economia não cresceu, o desemprego não caiu, e outros efeitos mais. Por quê? Eram necessárias outras reformas que depois da aprovação dessa medida foram esquecidas.

Reforma
Uma delas, provavelmente a mais importante, seria uma reforma tributária. Neste ano, em meio à noticias fakes, as brigas no laranjal, os conflitos entre políticos-familiares-assessores, etc... a câmara dos deputados iniciou um projeto de reforma que  não precisou de nenhum pacto ou proposição do executivo. Esse projeto é muito mais importante para a economia. Mesmo sem a divulgação dos detalhes (que poderão ser alterados no plenário) pelo que se sabe irá simplificar o cálculo e a arrecadação. Começou do jeito certo: com a simplificação tributária haverá mais transparência e menos burocracia, trazendo mais eficiência. Estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostra que uma reforma tributária simples poderia gerar R$ 80 bilhões a mais para os cofres públicos.
 
Mas...
Mas por enquanto a proposta dos gestores é de vender a mobília da casa para pagar a janta. É o que se está fazendo com as refinarias da Petrobrás, os campos de petróleo do pré-sal e o que mais desde que tenha comprador interessado. Como cantava Renato Russo: “terceiro mundo se for, piada no exterior. Mas o Brasil vai ficar rico. Vamos faturar um milhão. Quando vendermos todas as almas. Dos nossos índios num leilão...”