Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

O valor do amanhã

Em seu livro O valor do amanhã, Eduardo Gianetti aborda...

Em seu livro O valor do amanhã, Eduardo Gianetti aborda com muita elegância as decisões que envolvem os humanos em relação ao tempo. Desfrutar tudo hoje ou guardar para amanhã? Sob o aspecto econômico, e confrontado o modelo de “ter agora, pagar depois” com o “pagar agora, para ter mais tarde”. Os que decidem pelo primeiro terão um custo maior: os juros por anteciparem a decisão de consumo. Os que optarem pelo segundo estarão fazendo uma poupança sem saber se irão desfrutar. As decisões tomadas pelos gestores públicos são iguais. No caso do projeto de obras irregulares e de planejamento urbano, a decisão envolve construir tudo possível agora, sem preocupações com planejamento e qualidade de vida. Ou construir dentro de um modelo que no futuro poderá valorizar os imóveis devido à qualidade de vida que o município pode propor. Em outras palavras, caixotes e lucro agora, ou qualidade e lucro depois. Os custos destas decisões poderão ser elevados e, em alguns casos, irreversíveis.
Raposas derrotadas
A associação que reúne engenheiros e arquitetos do município, consultada pela Câmara de Vereadores, se posicionou contrária ao projeto de regularização. Também sugeriu a ativação do Conselho do Plano Diretor e a ampliação da fiscalização. Fica uma sensação de alívio saber que a maioria dos profissionais são pessoas corretas e conseguiram vencer o lado negro da associação. Foi a derrota dos reprodutores e das raposas. Por enquanto, apenas uma pequena derrota. Por outro lado, fica a dúvida: se há um Conselho do Plano Diretor, por que ele não foi ativado? Segundo algumas informações, ele deveria ser composto por técnicos idôneos sem participação direta nas construtoras e teria a função de analisar as irregularidades. Por que isso não funciona ou deixou de funcionar é a dúvida. Assim como o que fazer para coibir a prática “reprodutora” dos profissionais de dois projetos. É a promoção “pague um e leve dois”. Faça o projeto regular e leve inteiramente grátis o projeto de expansão da obra irregular para ser usado depois.
Lei neles
A lei se faz necessária quando existem abusos. Conforme publicado na última edição do O Florense, um vereador se manifestou favorável a elevação da multa para R$ 1 mil, sob o silêncio dos demais. De minha parte, a multa deveria ser de três vezes o valor de mercado da obra irregular. Como isso pode gerar dúvidas, sugiro um valor mínimo de três CUBs por metro quadrado irregular. Considerando os últimos acontecimentos, não seria a hora de juntar esforços entre Legislativo e Executivo num projeto que protegesse a cidade dos vândalos construtores? Para tanto, se faz necessário deixar de lado diferenças políticas e piadinhas sem graça que, ao que parece, são de uma minoria. Quem sabe não seja um primeiro passo para um projeto urbanístico que preserve as características de cidade e melhore a qualidade de vida, com incentivos para áreas verdes, ajardinamento, entre outros aspectos. Sei que existem alguns entraves. O primeiro é político, exemplificado pelo impasse na contratação de novos fiscais. O segundo é administrativo e ideológico, exemplificado pelo estado de abandono da Praça da Bandeira. Nada que um pouco de boa vontade e um jardineiro não possam resolver.