Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

O que queremos

Acho que deve ser aprofundado o debate sobre as razões pelas quais isso não aconteceu.

O que queremos
Li com muita atenção a matéria abordando a audiência pública sobre a cidade que queremos. O diagnóstico apresenta poucas novidades, nada que já não tenha sido observado e debatido em outras oportunidades. O que temos de potencial turístico é dito há décadas, que não há uma política de desenvolvimento desse potencial também é assunto antigo. Nosso turismo se resume a poucos eventos e de repercussão limitada. Acho que deve ser aprofundado o debate sobre as razões pelas quais isso não aconteceu. Também não há novidade em dizer que existem edificações com alterações não autorizadas. Outro assunto são as construções em situação irregular. Já denunciei nesse espaço por muitas vezes e meus 17 leitores são testemunhas. Alguns construtores já vendem o imóvel com o ‘kit gambiarra’. Esse kit pode incluir várias alternativas como área de serviço que se torna mais uma peça, a varanda alterada, o poço de luz que será fechado, a área verde que vira estacionamento, entre outras violações da lei. 

Lotes
Surpreendente é o número de lotes urbanos vazios, mais de um terço dos terrenos estão vazios. Conforme o material divulgado, o percentual é de 35,3% do total. Mais um motivo para recusar a cobrança da taxa de iluminação pública nas contas de luz. O usuário iria pagar pela iluminação em imóveis não habitados e que, muitas vezes são adquiridos apenas como investimento ou especulação. Não sou contrário à cobrança, mas que ela seja feita de forma a cobrar de todos e não apenas de alguns. 

Faltou
Faltou ressaltar a qualidade de vida. Na parte ambiental faltou o plano de arborização, que já foi feito e atualizado, não é cumprido e geralmente é violado. Será que ninguém se deu conta de que nossa cidade está ficando cada vez mais destinada a veículos? Está ficando proibido andar a pé, pela falta de árvores nas principais ruas da cidade. Talvez o assunto esteja no item ‘entre outros’. Gostei das palavras do professor da UCS dizendo que o interesse coletivo deve se sobrepor ao individual, alguns dos presentes devem ter se remexido na cadeira devido às ações contrárias a essa afirmação. Quanto aos demais assuntos, poucas novidades.  

Será? 
Uma coisa me deixou um pouco preocupado. A afirmação de que cidades mais compactas e com maior densidade populacional resultam em menor consumo de combustível e investimento em infraestrutura. Alguns estudos mostram o contrário. O aumento da densidade necessita de transporte coletivo de qualidade, estrutura de água e esgoto adequados, manuseio de lixo e descarte, entre outros compromissos. Não sei por que, mas me lembrei da legislação tributária onde colocaram um pequeno artigo que beneficiaria um setor, alteração que contrariava o código tributário. Como cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça, fiquei pensando se não estão preparando o terreno para aumentar o número de andares nas novas edificações.