Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

O fantasma de dubai

A solicitação de moratória do fundo Dubai World assustou o mundo e fez as principais bolsas européias despencarem.

A solicitação de moratória do fundo Dubai World assustou o mundo e fez as principais bolsas européias despencarem. O pequeno país oriental até o momento era exemplo de empreendedorismo com o farto dinheiro do petróleo. Prédios luxuosos, piscinas artificiais, ilhas maravilhosas, surgiram em meio ao deserto. O que parecia ser o milagre dos petrodólares, agora se revela que estava sendo construído a base de crédito. E o retorno do investimento não é tão certo quanto parecia no início. Esse risco inerente a todos os negócios assustou o mundo, pois o último oásis foi atingido pela crise econômica. A solução já foi ensinada pelos americanos: socorro com dinheiro governamental. Bastou os emirados árabes garantirem a liquidez para o mundo continuar a surfar na onda de alta liquidez. O que foi pouco comentado é que esse pode ser o primeiro sinal de problemas maiores. Esqueletos A enxurrada de recursos colocados à disposição do mercado para evitar uma crise maior, em algum momento terá que retornar aos cofres do governo, sob o risco de problemas inflacionários. Quando isso deverá ocorrer ninguém sabe. O que preocupa é que o remédio utilizado pode ter melhorado os sintomas, ao mesmo tempo em que ocultou uma doença mais grave. A salvação poderia vir do outro lado do mundo, mas o problema de Dubai pode ter reduzido essa esperança e aumentado a desconfiança. Quantos esqueletos podem estar guardados nos armários econômicos desses países? E se aparecerem todos de uma vez o que será da economia mundial? Ninguém tem essas respostas e até o momento poucos se arriscam a perguntar. Meio trevo As notícias são de que a concessionária dos pedágios cumpriu com sua parte. A alça de acesso a RS-122 está concluída. Com isso uma boa parte dos problemas de transito no “trevo da vergonha” podem ser solucionados. Então porque não é liberada ao trânsito? Parece que os “culpados” querem fazer uma inauguração oficial. Afinal se não há recursos para fazer a parte que lhes cabe, o negócio é aproveitar o momento e fazer “uma reverencia com o chapéu alheio”. Ninguém admite, mas parece que falta espaço na agenda das autoridades para realizar o comício de entrega da obra para a comunidade. No próximo ano teremos eleições, portanto quanto mais próximo da data mais os eleitores lembrarão. Inteiro desprezo Se a obra é urgente, não importa, é mais importante criar um fato que gere notícias positivas. Se o trânsito continua caótico, foi assim por tanto tempo que não custa esperar um pouco mais. Se há riscos de acidentes, bem, no futuro essas ocorrências serão apenas dados estatísticos. E assim segue a ladainha do desprezo. O mais importante não é a necessidade, mas a inauguração. Quando finalmente a “meia-obra” for liberada, sugiro guardar a foto do evento para lembrar das autoridades presentes. São todos culpados. Tanto pela demora como pelos danos causados. Não merecem nossos agradecimentos. Também não são dignos do nosso desprezo. A indiferença é suficiente.