Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

O euro ameaçado

Os problemas em alguns países europeus já ocorrem a pelo menos um ano

Os problemas em alguns países europeus já ocorrem a pelo menos um ano. Primeiro foi a Grécia, depois Portugal, Espanha e agora Irlanda. Esse país já foi apontado por alguns economistas como um exemplo a ser seguido. Se tivéssemos aceitado a sugestão já teria passado da hora do “meia volta, volver”. A união européia através dos órgãos oficiais já aprovou um pacote de ajuda no valor de 120 bilhões de dólares, algo próximo da metade do PIB, para que o país não precisa emitir novos títulos de dívida. O grande problema são os ajustes necessários para o equilíbrio das contas públicas. Uma exigência para permanecer como membro na região do Euro. Como bem sabem os brasileiros, esses ajustem doem. Estarão os Irlandeses dispostos a estes sacrifícios? Quais seriam as alternativas? A mais drástica que vem sendo proposta, é a denominada de “solução Argentina”, em outras palavras, dar o calote.
Calote
Lembrando: Em 2002 a Argentina impôs de forma unilateral uma redução de 80% na dívida. A alternativa era simples, ou os credores recebiam 20% do valor devido ou não recebiam nada. A maioria aceitou as migalhas e até hoje o país não consegue emitir divida internacional. Algumas dúvidas assombram o mercado: Se ocorrer o calote a Irlanda terá que deixar de pertencer a união européia. Será o único caso? Quantos países poderão se sentir motivados a trilhar o mesmo caminho? E a região do Euro sobreviverá a um evento destas proporções? E algumas outras questões vitais. A chanceler alemã utilizou tintas dramáticas para descrever a situação, pediu inclusive, ajuda ao setor privado em busca de uma solução. Uma saída mais suave, mas que, igualmente, exige sacrifícios, seria a mesma utilizada pelo Brasil e outros países nos anos 80. Uma renegociação da divida, alongando o prazo e alterando as condições de resgate. De qualquer forma será uma longa negociação e com muitos sobressaltos.
Raymundo
Muito poderia ser dito do Sr. Raymundo Paviani, que nos deixou recentemente. De minha parte, além da amizade com a família, convivi com ele na direção do Hospital Nossa Senhora de Fátima. Uma das suas iniciativas, entre tantas outras, de alguém que estava sempre preocupado com o bem estar da população. Nas decisões sobre a gestão do hospital, chamava a atenção como ele se sentia responsável perante os fundadores, muitas vezes fazia suas colocações como se tivesse uma dívida com eles. Impressionava a sua paciência para ouvir as argumentações de todos, por mais absurdas que fossem. Na sua sabedoria simples era o algodão entre os cristais nas discussões mais acaloradas, tendo sempre uma forma de conduzir o debate no rumo da conciliação. Na sua vida pública foi um executivo Franciscano. Fazendo o que era possível com os escassos recursos. Com esta humildade, fez obras que, acima das placas e eventos de inauguração, eram fundamentais ao bem estar do município. Um exemplo disso foi sistema de esgoto na parte central da cidade, que depois de décadas e apesar do seu crescimento, ainda atende as necessidades. Cumpriu sua missão com sobras. E deixa saudades.