Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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O enigma da cotação

Do que é composto o preço de uma moeda?

O enigma da cotação Do que é composto o preço de uma moeda? Com o fim do lastro em ouro, as teorias econômicas estiveram, até o momento, assentadas na confiança que o poupador tem na economia de determinado país. O comportamento da taxa de câmbio tem enlouquecido a muitos que tentam fazer previsões da sua cotação, além de enterrar reputações de analistas e triturar os orçamentos de empresas com negócios internacionais. As projeções orçamentárias de empresas com negócios internacionais tem se tornado obsoletas antes de serem implementadas por uma questão simples, mas fundamental: qual o valor de conversão do dólar? Será R$ 2,33 de novembro de 2008 quando muitas projeções estão sendo elaboradas ou R$ 1,88 de agosto de 2009 quando o orçamento está sendo implementado? Ou ainda pior, será R$ 1,70 que está sendo apontado em outubro? O que está por trás de toda essa oscilação não são sempre fatos, mas, geralmente, muitos medos. Um olhar sobre o passado recente mostra a moeda americana se valorizando em momentos de crise e se desvalorizando em momentos mais calmos. Mudar a moeda Muitos especialistas têm debatido a necessidade de uma moeda de referencia internacional, junto com uma reestruturação do sistema monetário. Segundo Martin Wolf, editor econômico do Financial Times, o mundo depender de uma única moeda é algo que pode gerar problemas generalizados. Se até hoje o abandono do lastro ouro foi bom para os americanos, os sucessivos déficits fiscais poderão desembocar numa depreciação geral da moeda que poderá gerar num colapso. Segundo o editor, ser moeda de referencia não atende aos interesses americanos. Reservas mundiais A aparente estabilidade, alcançada com certa dose de facilidade, poderá criar uma instabilidade a longo prazo. O custo até o momento tem sido déficits fiscais recordes. Esse aspecto deixa o mundo dependente da gestão americana com reflexos nos demais países. Atualmente 65% das reservas mundiais estão escrituradas em dólar, 25% em euros e 10% nas demais moedas. A moeda do “Tio Sam” ainda mantém a sua força. Dificuldades Apesar da preocupação sobre a estabilidade monetária dos EUA e o papel externo da sua moeda, o dólar ainda permanece como moeda de reserva. Em parte, devido às dificuldades de se estabelecer um novo parâmetro. Não depende apenas de trocar uma moeda por outra. A mudança envolve liquidez, métodos contábeis e acordos comerciais entre países que devem ser preservados, enquanto a migração acontece. A desconfiança sobre a solvência americana poderá gerar uma crise mundial, onde a atuação das autoridades monetárias poderá ser vital na manutenção da ordem política.