Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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O calote que não houve

A imprensa brasileira tenta arrumar crises no Brasil de qualquer jeito, e para isso inventa e distorce fatos.

O calote que não houve A imprensa brasileira tenta arrumar crises no Brasil de qualquer jeito, e para isso inventa e distorce fatos. Onde está a crise da febre amarela? E o apagão aéreo, acabou? As empresas aéreas cortaram 20% das rotas, aumentaram o preço das passagens em média 40% e não houve manchete nos grandes jornais que denunciasse isso como um golpe contra a economia do cidadão, nem como uma crise generalizada, porque será? A crise do momento é o “calote” do Equador contra o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social) no financiamento de uma usina hidrelétrica construída pela construtora Odebrecht. O que esta acontecendo, e pouco divulgado é que o país vizinho recorreu a uma corte internacional questionando irregularidades na contratação do empréstimo, bem como problemas técnicos na obra. Se tivéssemos imprensa no Brasil em vez de fabrica de panfletos, ela deveria estar nos informando às razões alegadas pelo governo equatoriano não para dar qualquer “calote”, mas para questionar suposto roubo de dinheiro público equatoriano numa obra que está sendo considerada superfaturada, e que, por isso, está sendo questionada. Como não dar boas noticias Outra forma bastante comum de dar boas noticias, é começar com a expressão “apesar da crise”, dessa forma a boa noticia fica em segundo plano, afirmando que o bom momento é passageiro. Desta vez, foi o investimento estrangeiro no Brasil, que, em 2008, bateu o recorde dos últimos 60 anos. “Apesar da crise”, o investimento estrangeiro em outubro foi de 3,9 bilhões de dólares. Investimento de risco, não é capital em busca de juros ou para ser aplicado na Bolsa. Por sinal o investimento estrangeiro na Bovespa reduziu em 24 bilhões de reais este ano. Mas como os investidores estrangeiros não devem ler Veja e nem assistir a Globo, continuam investindo no Brasil pelos fundamentos que a imprensa internacional vem destacando. Reflexos da crise A revista ‘The Economist” já projeta as mudanças que provavelmente irão ocorrer no próximo ano: O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) global, anteriormente projetado para 4% a 5% deverá ficar em torno de 3%, isso porque os paises mais ricos deverão enfrentar alguns problemas comuns: falências, desemprego e aperto financeiro. Enquanto isso os paises emergentes deverão ter um crescimento melhor que os desenvolvidos e parte do poder econômico global será transferido para paises como Brasil, Rússia, Índia e China. De acordo com a revista, esses paises aumentarão sua influencia em todo o mundo. Mudanças corporativas No ambiente empresarial a revista “The Economist” projeta que o poder irá mudar de mãos, passando do executivo visionário e criativo para o diretor financeiro. Os motivos dessa provável mudança é que a capacidade financeira permitirá as empresas fazerem aquisições com preços atraentes, mudando o foco de atuação das empresas, ao invés de investir em novos produtos, a aquisição de empresas e o aumento das sinergias.