Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Números torturados

A tarifa de energia elétrica residencial teve aumento de 81%.

Números torturados
Um dos argumentos para cobrar a Contribuição de Iluminação Pública (Cip), além é claro do ‘final do mundo’, é que a situação do município mudou, um dos exemplos foi o número de alunos que passou de 1.300 e hoje está em 2.800. Segundo dados do IBGE, os alunos do ensino fundamental eram 3.623 em 2008 e em 2015 são 3.202, uma redução de 11,62%. Enquanto isso a receita aumentou em 137,06% do ano de 2008 para 2016. A tarifa de energia elétrica residencial teve aumento de 81%. E a inflação medida pelo IGP-M foi de 76,47% e pelo IPCA foi de 74,83%. Então o argumento utilizado é falacioso. Reduziu o número de alunos e aumentou a receita acima da inflação, todo o resto é discurso para colocar mais um tributo no lombo dos mais pobres. Os valores da receita acima da inflação representam R$ 22 milhões, acho que é um bom valor para compensar o ‘aumento’ de alunos que não houve. 

Contra?
Continuam as manifestações a favor da segurança pública. Discursos repetidos, inócuos e superficiais. Cabe perguntar: alguém é contra o aumento da segurança? É óbvio que não. A pergunta a ser feita: aceitam pagar mais um tributo? Na versão míope de alguns, esse é o único caminho. Outra falácia feita no ‘púlpito’. Segundo esses, só teremos segurança se os contribuintes aceitarem pagar a taxa de iluminação, caso contrário será o inferno. Algumas questões precisam ser analisadas, tais como o funcionamento das câmeras já instaladas. Outro aspecto é a questão legal de vincular receitas. Há uma receita extra a caminho: a nova legislação tributária (aquela mesma que previa um benefício oculto e ninguém sabe o motivo) pode resultar em aumento da receita em R$ 500 mil anuais provenientes do ISS sobre leasing e cartão de crédito. Esse recurso não pode ser aplicado em segurança? Por que ninguém se manifestou em vincular essa receita? O motivo deve estar nas mesmas causas do silêncio sobre a isenção de iluminação aos terrenos vazios e que servem para especulação. A lógica perversa é de aumentar a receita de qualquer forma e no início da gestão. Apostam na falta de memória.  

Atenção
Debatendo as finanças públicas as pessoas começam a observar onde são consumidos os recursos. Um passarinho me alerta para algumas coisas: a briga com os médicos na cidade vizinha coloca em questão o cumprimento do horário em nossa cidade. Não posso opinar. Mas uma informação repassada chama a atenção: médico contratado por 100 horas, salário de R$ 9 mil e pouco, função gratificada de R$ 8 mil e quebradinhos e mais horas-extras totalizam R$ 25 mil por mês. Hora-extra e FG, pode isso?

Sinais
Empresário assume cargo de terceiro escalão no serviço público. Para deixar a empresa é sinal de que a economia melhorou ou piorou? Ou não é nada disso, é apenas paixão pelo serviço público?