Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Mudanças nos investimentos

Pesquisa realizada pela CNI (confederação nacional da indústria) revela que as empresas estão mudando seu foco nos investimentos.

Mudanças nos investimentos Pesquisa realizada pela CNI (confederação nacional da indústria) revela que as empresas estão mudando seu foco nos investimentos. Em momentos de aumento de demanda os investimentos são voltados para a expansão das fabricas e aumento da produção, porém, sob a perspectiva de uma crise, muitas empresas estão realocando seus recursos para a melhoria dos produtos em busca de maior competitividade. A pesquisa revelou que 82% das empresas estão pensando em investimentos, porem 41% dos entrevistados revelou que o objetivo é a melhoria da qualidade enquanto 40% pensam em aumentar a produção. Um resultado que não surpreende, pois as empresas que acreditam terem capacidade de produção suficiente para atender a demanda buscarão melhorias de processos e de qualidade. Inadimplência no consumo Como reflexo do que ocorre nos Estados Unidos e a crise no crédito imobiliário, alguns setores mostram preocupação com a inadimplência no mercado doméstico, principalmente em setores como cartões de crédito e automóveis. Os financiamentos de carros, por enquanto, é a parte mais visível do problema. O anúncio de que 100.000 automóveis estariam nos estoques das financiadoras cria uma manchete interessante e ao mesmo tempo assustadora. Porém se colocarmos esse dado num quadro comparativo, a informação perde impacto. Para um universo de 6 milhões de contratos, inadimplência de 5% significa 300 mil contratos, parte deles são renegociados e em ultimo caso o carro é recolhido. Com a retração econômica, é fato consumado o aumento da inadimplência, porém, é cedo para avaliar se poderá afetar os resultados das empresas ou não. Inadimplência nos bancos A mesma sinalização de que a inadimplência deverá aumentar vem do setor bancário. Pelo sim, pelo não, os bancos começam a fazer provisões como medida de segurança. Conforme o Banco Central o percentual de maus pagadores aumentou 0,3 pontos em janeiro ficando em 8,3%, com expectativas de pioras que deverão aparecer com mais profusão nesse mês de março. O Bradesco registrou lucros de 7,6 bilhões e reservou 597 milhões para o não-pagamento. O Banco do Brasil foi mais cauteloso, com lucros de 8,8 bilhões fez um provisionamento de 1,7 bilhões. Ocultando os lucros Além do risco propriamente dito, contribui para isso o desejo dos bancos de ocultar ou de reduzir os resultados, pois em tempo de crise, não ficam bem para a imagem mostrar um lucro muito grande. Alguns analistas consideram as provisões exageradas. Levantamento de uma empresa classificadora de riscos mostra que as provisões para pagamentos duvidosos aumentaram 48% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, os bancos continuam batendo recordes nos lucros apurados.