Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Motivos

Não sei os motivos, mas devem ter havido. Tampouco quero entrar no mérito da questão se o corte de árvores era realmente necessário.

Motivos
Não sei os motivos, mas devem ter havido. Tampouco quero entrar no mérito da questão se o corte de árvores era realmente necessário. Se era necessário cortar tudo ou apenas podar é outra discussão. O que sei é que se não forem cuidadas, as árvores morrem. A nossa avenida e a praça central são o maior exemplo disso. O que se observa é que há alguns anos foi feito um plano de arborização, não foi colocado em prática, mas os gestores estão sempre dispostos a cortar árvores. Os argumentos são os mais absurdos possíveis: o dono do prédio pediu, atrapalha a visão da vitrine, atrapalha o estacionamento, sujam a calçada, não são espécies nativas, etc. Em outras palavras, árvores atrapalham, o negócio é colocar asfalto.

Ricos e pobre
Um estudo americano repetido no Brasil mostra que o valor dos terrenos nas cidades pode ser observado do espaço. O que diferencia uma região rica de uma pobre não é o tamanho dos terrenos ou a qualidade das construções, mas a arborização. Apenas 58% dos lares com renda inferior a meio salário mínimo têm alguma arborização próxima. Esse índice aumenta para 78% se a renda ultrapassar dois salários. Quando olhamos as fotos antigas da cidade, é possível notar que a avenida era toda arborizada. Com base nesse critério, construímos prédios e empobrecemos.

Indicação
Um vereador vai indicar ao Executivo que só conceda o ‘habite-se’ se forem plantadas árvores no passeio público. É uma boa iniciativa, mas fazer leis para os outros cumprirem é fácil. Será que o Executivo vai fazer sua parte? Confesso que sempre pensei que essa lei já existisse. Lembro de uma iniciativa em que funcionários públicos fizeram os canteiros nas calçadas e plantaram árvores.

Regredimos

Notícia publicada num jornal de circulação estadual dia 2 de agosto: “Ao vencer a Vindima da Canção de Flores da Cunha, em 1981, o Canto Livre foi oficialmente apresentado, defendendo a música que deu nome ao grupo, com letra de Sergio Napp. O grupo consagrou um estilo calcado nas harmonias vocais”. Como é? Tivemos um festival em 1981 que revelou músicos de qualidade? E como chegamos a esse ponto? Foi assim: regredimos, regredimos, regredimos e aqui estamos, pensando em asfalto.

Parece
Parece piada, mas não é. Encontro um frequentador habitual das sessões da Câmara de Vereadores de Flores da Cunha que me informa que não consegue mais ir ao local com receio de atrapalhar.
- Como assim?
- Na última vez que lá estive fui obrigado a sair para rir. Certo vereador, com aquela pose de urubu que cheirou agrotóxico, fez a seguinte afirmação: “Há pessoas no município que leem os anais, principalmente o que eu digo, eu até fiz algumas afirmações erradas como teste”.
Nesse momento meu vizinho sussurrou no meu ouvido:
- Eu contei 127 testes só na última sessão.
- Não consegui ouvir mais nada. Tive que sair da sessão para rir. A partir de agora cada vez que vejo o vereador tenho um ataque de riso, confidencia o quase ex-frequentador.