Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Mercado otimista

Para descongelar o mercado de crédito, o Federal Reserve iniciou a compra de Treasuries de longo prazo nesta quarta-feira (25), visando reduzir os custos dos empréstimos através de ferramentas semelhantes às usadas na década de 1960, período no qual tentou-se reduzir a distância entre as dívidas de longo e curto prazo.

Mercado otimista Para descongelar o mercado de crédito, o Federal Reserve iniciou a compra de Treasuries de longo prazo nesta quarta-feira (25), visando reduzir os custos dos empréstimos através de ferramentas semelhantes às usadas na década de 1960, período no qual tentou-se reduzir a distância entre as dívidas de longo e curto prazo. Conforme noticiado pelo Fed de Nova York em comunicado, a primeira operação adquirirá US$ 300 bilhões em notas com vencimento de fevereiro de 2016 a fevereiro de 2019. Nos próximos oito dias, as compras serão de dívidas com maturidade entre março de 2011 e fevereiro de 2039. Com essa notícia os mercados ficaram eufóricos e a Bolsa de Nova York subiu 6% num dia e, seguindo o embalo, o resto do mundo acompanhou. Inflação é o perigo No entanto, apesar do otimismo, há um risco potencial. Esses movimentos podem ser afetados pelo novo financiamento público, a fim de prover capital para aliviar um déficit orçamentário na casa de US$ 1,5 trilhão para este ano, segundo indicam as estimativas oficiais que constam no orçamento publicado. Num horizonte de até o final do ano os efeitos dessas decisões podem aparecer e eles podem incentivar a recuperação econômica e também gerar um efeito colateral: o surgimento da inflação e isso preocupa investidores e governo. Câmbio No momento atual, onde as incertezas são a cada dia maiores, o crédito está escasso e a atividade econômica indica queda. Há um movimento nas taxas de câmbio aparentemente estranho a esse cenário. O que tem ocorrido é que alguns países, inclusive o Brasil, têm flexibilizado sua política monetária para enfrentar os problemas de liquidez, o que tem gerado muita volatilidade na moeda. Além disso, ocorreu um movimento de compra de títulos americanos, ainda considerados os mais seguros do mundo, com isso o fluxo ficou positivo para o Tio Sam, o que também explicaria a queda das taxas de juros negociadas em território americano. Câmbio e juros Apesar de alguns analistas insistirem na tecla de que as taxas de juros do Brasil não são interessantes para os investidores estrangeiros, é bom observar que o volume de negócios atrelados caiu fortemente ao mesmo tempo em que os títulos americanos aumentavam. Ainda é cedo para afirmar que a desvalorização do real frente ao dólar é definitiva. Os movimentos de ajustes demoram um pouco para mostrarem seus efeitos, e novos indicadores econômicos poderão reverter essa situação.