Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Meio ambiente

Faço algumas reflexões em plena semana do meio ambiente. Antes, aviso aos leitores mais sensíveis que nem todas serão politicamente corretas. Algumas delas confrontarão muitas das ideias que encontram farto espaço em órgãos de imprensa e nos discursos oportunistas.

Faço algumas reflexões em plena semana do meio ambiente. Antes, aviso aos leitores mais sensíveis que nem todas serão politicamente corretas. Algumas delas confrontarão muitas das ideias que encontram farto espaço em órgãos de imprensa e nos discursos oportunistas. A primeira diz respeito ao aquecimento global. Cientificamente não há prova conclusiva de que ele esteja realmente ocorrendo. O motivo é simples: o histórico de dados é muito recente. Alguns estudos mostram que a Terra já foi mais quente há milhares de anos. Assim como houve períodos em que a temperatura média foi alguns graus abaixo da história recente.
Interesse
Ninguém em sã consciência irá defender o aumento da poluição. Somos cada vez mais numerosos num planeta em que a maioria dos recursos são finitos. Porém, desconfio do terrorismo ecológico. Exemplo disso são os efeitos do carbono na atmosfera. Segundo alguns cientistas, os efeitos das tempestades solares são maiores do que o carbono jogado no espaço. Por que, então, se discute tanto este assunto? As razões são várias e de amplo espectro, que vão dos interesses econômicos e políticos até acadêmicos. É mais fácil conseguir a atenção das pessoas com notícias catastróficas. Assim como as pessoas colocam a mão no bolso com maior facilidade quando se sentem ameaçadas. Há também a militância dos “ecologistas de apartamento”, aqueles que defendem a preservação da natureza dos outros, dispostos a uma passeata ou protesto para defender a natureza, desde que não afete seu conforto.
Entre falar e fazer
Um candidato a vice-presidente dos Estados Unidos fez sucesso com um filme que aborda a questão da poluição. Seria uma grande contribuição se não fossem tantas atitudes demagógicas. A primeira delas é que o filme deveria chamar a atenção para a poluição americana, porém, em vez de fazer um mea culpa, aborda a situação na Patagônia, Antártida, Amazônia e outros lugares, desde que seja bem longe do próprio quintal. A segunda demagogia é que os países que mais poluem são os Estados Unidos e a China, e eles se recusaram a assinar o protocolo de Kyoto, onde os países (incluindo o Brasil) se comprometeram em reduzir a emissão de gases. Em outras palavras: preservação ecológica, mas sem prejuízo econômico.
Ricos e pobres
Outro aspecto é que existe uma diferença entre a poluição de rico e a poluição de pobre. O aquecimento global é um risco futuro e afetará a todos, principalmente os ricos. Mas a poluição do pobre está no presente, ela é observada no esgoto não tratado, no lixo acumulado e na água insalubre. Alguns poucos estudos mostram que esses fatores são responsáveis pela morte de milhões de pessoas no mundo. No Brasil, responde pela metade da mortalidade infantil. Alguém já viu passeata para tratamento de esgoto? Eu não. Ela só afeta os pobres – e eles que se danem!