Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Medidas

Parece que livros e revistas continuariam isentos de impostos. 

Medidas
Que medidas virão depois da transformação de governo interino em permanente? Se tudo o que está sendo divulgado for verdade já sabemos quem ‘vai pagar o pato’. Alguns falam em aposentadoria aos 70 anos, outros falam de 80 horas de trabalho por semana. Cortes na verba para a educação já foram realizados. O SUS é muito caro, por isso vão cortar verbas e incentivar planos de saúde. Agora uma medida sensacional vai resolver os problemas do déficit público: as importações com valores até US$ 50 feitos para pessoas físicas serão tributadas. Parece que livros e revistas continuariam isentos de impostos. 

Popular
Transformando em linguagem popular, são culpados pelos problemas do país: os ‘vagabundos’, assim definidos por um ex-presidente, que por começar a trabalhar muito cedo completam o tempo de contribuição a Previdência Social antes de morrer e assim adquirem direito de aposentadoria. Outro dos culpados é o trabalhador brasileiro que atua 44 horas por semana por um salário ‘altíssimo’, com uma série de vantagens e produz muito pouco. Convertido em dólares, o Brasil paga um dos salários mínimos mais baixos da América Latina e aparece na posição 83 do índice mundial. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (ODCE), já descontados os impostos, o salário mínimo mais alto é o da Austrália, com o valor de US$ 9,54 a hora e uma jornada de trabalho de 40 horas. Enquanto que no Brasil o valor é de US$ 1,12.

Solução
Ao lado do discurso de reduzir gastos, o governo federal vai dando um pacote de bondades que já somam R$ 127 bilhões. Assim distribuídos: R$ 67 bilhões no reajuste dos servidores federais, R$ 50 bilhões da renegociação da dívidas dos Estados, R$ 5 bilhões no reajuste do Bolsa Família, R$ 3 bilhões para o Rio de Janeiro e R$ 2 bilhões de renúncia fiscal com a ampliação do Supersimples. Faltam ainda as benesses ao Judiciário, entre outros amiguinhos. Alguns gastos são necessários e não cabe aqui questionar. O problema é nos acharmos imbecis, ao ver o senador ‘sepulcro caiado’, que antes gritava que o déficit de R$ 90 bilhões estava afundando o Brasil, agora, dizer que tudo está certo e dentro da nova meta fiscal de déficit de R$ 170 bilhões. Aumentar os gastos não é problema. Por que tributar compras de 50 dólares vai resolver essa situação?