Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Mantras

Alguns mantras surgem na grande imprensa do centro do país e vão se espalhando para a periferia.

Mantras
Alguns mantras surgem na grande imprensa do centro do país e vão se espalhando para a periferia. Um movimento que denomino de ‘opinião publicada’, onde muitos papagaios acham que é opinião pública. Passadas as eleições podemos falar sobre alguns deles. Já houve o ‘socialismo moreno’ e o ‘lulopetismo’ no campo político. No campo econômico houve ‘a sanha arrecadadora’, o risco da ‘desindustrialização’. O atual é a ‘república bolivariana’. O que significa? Para alguns é um sinônimo de socialismo, para outros é o risco de nos tornarmos um desses países de ‘índios’ iguais à Bolívia ou à Venezuela. É usado como um termo depreciativo – nas entrelinhas se observa uma vontade de alinhamento ou subserviência com grandes economias.

Intervenção?

Um grupo usou esse termo para criar um abaixo-assinado no site da Casa Branca pedindo a intervenção no Brasil. A resposta foi sutil: o site é apenas para que os cidadãos americanos possam se manifestar sem a intermediação de políticos. Ou seja, usaram um mecanismo igual ao proposto pelo governo e derrotado no Congresso brasileiro por ser parte do projeto ‘bolivariano’. Ironicamente (ou estupidamente?) um grupo de brasileiros usa um mecanismo americano de participação popular para pedir a intervenção estrangeira no país. Esse mesmo grupo comemora quando a proposta brasileira de implantar mecanismo semelhante (Decreto 8.243) foi rejeitada pelos legisladores. Dá para entender? É ignorância ou somente medo do povo?

Bolívar
Seria o bolivarianismo uma repetição dos ideais de Simón Bolívar (1783-1830)? Considerado o libertador da América, ajudou a libertar do domínio espanhol Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia; é chamado também de ‘George Washington da América Latina’ (que horror!). Filho de família aristocrata, estudou na Europa e, impressionado com a libertação da América do Norte, sonhou com uma federação das nações da América do Sul, semelhante a do Norte (imagina!). Entre as ações empreendidas nos países que libertou, se preocupou em promover a educação gratuita, reduziu os salários dos parlamentares e acabou com os privilégios concedidos à Igreja (era comunista, com certeza). Na economia fez uma reforma agrária devolvendo as terras que foram tomadas dos índios e publicou decretos protegendo florestas e rios (um terrorista verde da época). Essas atitudes lhe renderam apelidos como ‘Chefe da Negrada e da Indiada’. Entre suas frases famosas estão “As nações marcham para sua grandeza no mesmo passo em que avança sua educação” e “Os legisladores precisam certamente de uma escola de moral”. Os privilegiados começaram a chamá-lo de ‘inimigo da democracia’. Iniciou na política rico e terminou pobre, foi traído e isolado pelos poderosos da época. Em alguns países o contrário de ‘bolivariano’ são os golpistas que querem o poder pela força. Quando ouço alguém falar do ‘risco bolivariano’ fico em dúvida se é um progressista ou reacionário, ou se isso é um avanço ou um retrocesso. Será bom ou ruim?