Até a pouco era assim: para qualquer problema a solução é a mesma: reforma da previdência

Até a pouco era assim: para qualquer problema a solução é a mesma: reforma da previdência. Problemas econômicos: reforma da previdência. Volta do emprego: reforma da previdência. Problemas conjugais: reforma da previdência. Disfunção erétil, frigidez ou anemia: dá-lhe  reforma da previdência. Pois alguém teve a lucidez de dizer que somente isso não é suficiente. Antes que os “minions” amestrados disparem suas milícias digitais contra a coluna, explico rapidamente. Quem afirmou isso foi o próprio presidente. Textualmente: “Paulo Guedes diz que equipe econômica tem medidas prontas para retomar o crescimento”. “Quero garantir aos senhores que não estamos parados à espera da nova Previdência”. Não sei apontar os motivos que não deram o devido destaque à declaração. Descrença? Desinteresse? Notícias mais relevantes ou mais empolgantes? O fato é que apesar da importância contida nesta declaração ela obteve pouca repercussão. 

Tentativas
Não sei se mais alguém observou que há poucas vozes que discordam da reforma previdenciária. Existem muitas dúvidas sobre o tipo de reforma que será feita e sobre quem deverá fazer os maiores sacrifícios, mas sobre a reforma em si, poucos se posicionam contrários. As razões podem ser encontradas na história recente onde vários governos de tendências políticas variadas tentaram e não conseguiram. Vejam essa notícia: “Só Reforma da Previdência não basta para país acertar as contas, diz IFI”. A noticia é de 2017 e a instituição é denominada de Instituição Fiscal Independente (IFI) órgão ligado ao Senado Federal. “O Brasil vai ter que encarar uma reforma da previdência afirma a Presidente”, notícia do portal G1 de janeiro de 2016. Estudar o assunto é descobrir que desde a constituição de 1988 já tivemos três reformas e ao menos cinco tentativas de ampliação que nunca foram concretizadas. Parece que o assunto tem pontos de convergências que é a necessidade, a dúvida de sempre: quem paga a conta? Como acabar com as castas e seus benefícios adquiridos, que podem muito bem ser denominados como “privilégios adquiridos”? É bom não esquecer: aproximadamente dois terços dos aposentados recebem um salário mínimo.  

Projeções
Enquanto isso, as projeções para a economia na opinião dos agentes do mercado continuam pessimistas. O boletim Focus produzido pelo Banco Central iniciou o ano com previsão de crescimento de 2,5% para o ano de 2019 e chega ao mês de junho com a projeção de crescimento de 1%. A expectativa pode se confirmar, ou não, uma vez que é a projeção do mercado. O mais relevante no relatório é o fato de que há 15 semanas a projeção é reajustada para baixo. Não se trata apenas de ser pessimista ou otimista, é a  tendência que insiste em apontar para baixo. Outra má noticia é o IGP-M (a inflação do aluguel) aumentar para 5,92%. A boa notícia fica por conta da previsão da inflação medida pelo IPCA também apontar queda para 3,89% no ano.