Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Ligando notícias

No dia 9 de agosto um veículo de comunicação de Flores da Cunha divulgou que os ônibus da rede escolar foram fiscalizados pelo poder público.

No dia 9 de agosto um veículo de comunicação de Flores da Cunha divulgou que os ônibus da rede escolar foram fiscalizados pelo poder público. De acordo com a notícia, o serviço é prestado por 34 veículos que transportam 2.800 alunos. A responsável afirmou que a grande maioria dos veículos estava em boas condições de segurança. Ótimo. Afinal, é um serviço que a prefeitura implantou e que, com o transporte de estudantes para o município de Caxias do Sul, é uma das grandes ações e como tal deve ser louvada. Facilitar o acesso à educação é o melhor investimento feito pelo poder público.
Também deve ser saudada a operação realizada pela Brigada Militar, fiscalizando a segurança do transporte escolar nos seis municípios que fazem parte da 2ª Companhia do 36º Batalhão da Polícia Militar. As ações preventivas são as que evitam as tragédias. Não precisamos de uma calamidade como ocorreu em Erechim em 2004 para que a fiscalização aconteça. Chama a atenção que foram fiscalizados pela Brigada oito veículos, e destes, dois foram atuados e um recolhido. Pela amostragem é uma alta incidência de problemas. Isso com menos de um mês depois da vistoria pública. Podemos fazer algumas deduções: a primeira delas é que a vistoria pública foi condescendente com os problemas. A segunda é que os critérios da fiscalização pública são mais frouxos que os da Brigada Militar. A pior delas é que houve conivência. É no mínimo estranho.
Mais estranho
Mais estranho ainda é a notícia publicada no site da prefeitura relatando que os proprietários das empresas de transporte se reuniram com o prefeito. Na mesma semana que os veículos foram atuados? Terá sido coincidência? Quando se misturam política e negócios não existem coincidências, apenas interesses coincidentes. A notícia é permeada de declarações amistosas e boas intenções. Porém, relatos de pessoas que ‘pagavam’ para serem transportadas pelos ônibus escolares, estudantes apertados em bancos sem cintos de segurança, boicotes a transportes de idosos, entre outras irregularidades, mostram um aspecto nada recomendável no serviço das empresas e algumas das verdadeiras intenções. Esperamos que as autoridades não tenham reivindicado o relaxamento da fiscalização da Brigada.
Estranhíssimo
Em duas ocasiões as autoridades afirmam que a regulamentação de serviços concedidos deverá ser realizada com todos os envolvidos. A primeira foi com os táxis e agora com os ônibus. Expressão estranhíssima. O que isso significa mesmo? Eles ajudarão a fazer as leis? Os serviços que devem ser regularizados e fiscalizados pelo serviço público serão feitos com aqueles que devem prestar o serviço? Eu vou ajudar a fazer a lei que me diz como devo trabalhar? É uma grande incoerência. Fugir da responsabilidade não é a melhor forma de fazer a gestão pública. Quem vai representar os usuários? Neste momento parece apropriada uma frase de John Kennedy: “Eu não sei o caminho para o sucesso, mas, sem dúvida, o caminho para o fracasso é agradar a todo mundo”.