Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Lição

Não lembro exatamente o ano, não me lembro de todos os candidatos, também não tenho certeza do vencedor daquele pleito. Mas lembro da resposta. Algo inesquecível. Acho que foi nos anos 1980, quando o Brasil retornava o caminho da democracia e se voltou a fazer debates políticos até há pouco tempo proibidos. O local foi o salão paroquial.

Não lembro exatamente o ano, não me lembro de todos os candidatos, também não tenho certeza do vencedor daquele pleito. Mas lembro da resposta. Algo inesquecível. Acho que foi nos anos 1980, quando o Brasil retornava o caminho da democracia e se voltou a fazer debates políticos até há pouco tempo proibidos. O local foi o salão paroquial. A iniciativa de fazer um debate entre os candidatos a prefeito, se a memória não me falha, foi do Grêmio Estudantil São Rafael. Uma das perguntas elaboradas pelo público foi: “O senhor conhece algum político honesto?” Tenho dúvidas se hoje essa pergunta surgiria num debate. Uma resposta me marcou para sempre pela simplicidade e ao mesmo tempo pela grandeza. Não vou conseguir reproduzir literalmente, somente o sentido. O senhor Claudio Ruggero Bedin respondeu: “Conheço muitos, e para mim todos os adversários que estão concorrendo comigo são pessoas honestas.” Um exemplo de grandeza. Uma lição de fazer política.
Resposta
Lembro deste fato ao saber de panfletos apócrifos que surgiram nas eleições. Uma forma covarde de atacar pessoas sem que elas possam se defender, afetando o que talvez seja o principal patrimônio: a honra. Alguns entendem que essa é a forma atual de ‘fazer política’, com os discursos vazios e promessas proferidas para agradar o eleitor, sabendo que nunca serão cumpridas. Além de outras práticas desabonadoras. Juntemos a isso as ofensas, boatos, perseguições e está formado o caldo seminal de onde pode surgir um gestor público. Será que para vencer vale usar qualquer método? Será o eleitor tão ignorante que se deixará levar por essa bisonha estratégia? Será este o modelo de política que os mais jovens irão aprender? Esta será a contribuição da campanha para as gerações futuras? E se alguém obtiver sucesso com estes métodos e um dia alguém pergunta
Mau exemplo
Graças à Receita Federal ficamos sabendo que nossos parlamentares recebem décimo quarto e décimo quinto salário. Não bastasse a aberração ainda se acham no direito de fazer uma lei que os isente de Imposto de Renda. Mostrando como a coisa pública é considerada coisa sem dono, a Mesa Diretora reconheceu que foi um erro administrativo, esqueceram de descontar o valor, por isso nas palavras de um parlamentar “a casa vai fazer o pagamento”. Num só ato cometeram três grandes erros. O primeiro foi de não fazer o desconto, com isso os parlamentares receberam indevidamente o valor que deveria ser recolhido como imposto. O segundo foi assumir um encargo que não é do parlamento, ou seja, se os parlamentares receberam a mais, que agora recolham o que é devido. O terceiro é dizer que a ‘casa’ vai pagar. Errado. O povo brasileiro vai pagar. Em resumo, o povo vai pagar o imposto que não foi recolhido e os valores recebidos indevidamente não serão ressarcidos. Vantagens apenas para um lado e prejuízos para o lado de sempre.