Investimentos
No mês de agosto os estrangeiros investiram US$ 6,8 bilhões no Brasil. Com isso, o total de investimento estrangeiro direto (IED) atingiu US$ 67 bilhões no ano.
InvestimentosNo mês de agosto os estrangeiros investiram US$ 6,8 bilhões no Brasil. Com isso, o total de investimento estrangeiro direto (IED) atingiu US$ 67 bilhões no ano. Esse não é o investimento que busca juros, pelo contrário, é o investimento em atividade produtiva. São valores investidos em empresas para ampliação ou para aquisição de equipamentos. “Como pode isso em ano de eleição?”, deve pensar o leitor assustado. Em primeiro lugar, porque eleições não são um problema, mas um sinal de que as instituições funcionam e que a população pode se manifestar. Em segundo lugar, nos últimos anos foi criada uma base de consumidores que não existia, portanto, mercados crescendo acima da média. É isso que as empresas estão olhando.
Recorde
No ano passado o investimento estrangeiro em toda a América Latina e Caribe foi recorde, atingindo US$ 184 bilhões e o Brasil levou a maior parte disso, US$ 64 bilhões. Com o valor de US$ 67 bilhões já alcançados podemos ver que em 2014 será o recorde de IED no Brasil. A maior parte dos investimentos vem da Europa e os maiores investidores individuais são os americanos. E pensar que tem gente achando que o Brasil está acabando. Alguns têm certeza disso, só não sabem se vai acontecer antes ou depois das eleições. Aparentemente a confiança dos estrangeiros é maior.
Enquanto isso
A indústria brasileira reclama das altas taxas de juros que inibem o investimento. A média da taxa real foi 17% entre 1995 e 2002; de 2011 a 2014 está em 3,3%. Poucos lembram que as linhas oficiais de investimento tem taxas de juros de 5% ao ano (TJLP) mais os encargos, o que resulta em taxas médias de 8% ao ano, deduzida a inflação de 6,5%, deixa a taxa real em 1,5% ao ano. Portanto, bem abaixo da taxa de juro oficial. Em recente fórum econômico o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) defendeu o subsídio dos juros para a indústria como “um ajuste necessário”.
Poupança
Infelizmente em época de eleições o bom senso desaparece. Tive de ouvir várias vezes sobre um ‘projeto secreto’ de confiscar a poupança, pronto para ser aprovado. Dependendo da fonte o nome é ‘poupança social’ ou ‘poupança solidária’. Mais um boato querendo fazer do medo um cabo eleitoral. Mais um argumento anônimo que habita o lixo digital, onde se repetem clichês e argumentos disponíveis no Google. Com a internet, ignorantes se tornam especialistas e fazem das redes sociais o ‘penico’ onde despejam aquilo que o cérebro não sabe processar. Essas coisas devem ser colocadas no mesmo esgoto de onde, de vez em quando, surgem notícias anônimas de riquezas suspeitas, políticos viciados em drogas, senadores bêbados e outros absurdos. O mais estranho é que um projeto desses fosse verdadeiro seria uma grande arma política para os adversários. Por que não usam?