Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Internet banda estreita

O desenvolvimento de internet no nosso município está mais lento que a conexão discada.

O desenvolvimento de internet no nosso município está mais lento que a conexão discada. Que é preciso autorização da Anatel, não é preciso pensar muito, é só acessar o site da Anatel e surge na primeira página a informação: “O entendimento do Conselho Diretor da Anatel, expedido por meio do Ato nº 66.198, de 27 de julho de 2007, definiu que as Prefeituras Municipais podem prestar serviço de telecomunicações, de forma direta, desde que possuam autorização do Serviço Limitado Privado..., ao território municipal e aos seus munícipes, mediante autorização da Anatel”, surpreende a demora em solucionar o caso. Provavelmente não consideram o assunto importante. Notem que a decisão é de 2007 e os munícipes aguardam uma solução desde 2009. As pessoas que estudam à distancia, os alunos para se informar sobre assuntos básicos, os que buscam especialização e precisariam de internet rápida para suas pesquisas, por enquanto, devem buscar uma solução privada, se ela existir. A demora na solução nos coloca abaixo dos grotões mais profundos e abandonados do Brasil. Pois alguns destes fazem uso dos programas de inclusão digital federais.
Enquanto isso...
Internet em todo o município e de graça para todos... em Cuiabá. 2.000 km de fibra ótica para a integração de todo o estado pela internet, pontos de livre acesso em praças, orlas e pontos turísticos... no Pará. Escola com laboratório de informática e internet banda larga... em Tiradentes (MG). Ministério da Educação instala infraestrutura de rede sem fio, servidores e conexão entre laptops em escolas... de Bagé e Candiota. Estes são alguns exemplos de que há recursos e disponibilidades para levar a internet para todo o Brasil. O governo federal está revivendo a Telebrás para atingir esse objetivo num prazo de três anos. Será que teremos que esperar tanto tempo?
Programas
Não será por falta de programas de governo que ficaremos sem internet. Há a “inclusão digital” e suas divisões, como “computador para todos”, “cidades digitais”, “telecentros”, “informática na educação”, entre outros. O Ministério das Comunicações através do programa GESAC provê conexão de internet banda larga para escolas e órgãos públicos, sindicatos, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas, zonas rurais, periferias urbanas, telecentros comunitários e pontos remotos de fronteira. Segundo dados de dezembro de 2009, esse programa já conta com 11.000 pontos de presença em todo o Brasil. Será que nenhum deles foi autorizado pela Anatel?
E pensar
No legislativo os nobres “edis” ficam se alfinetando e debatendo uma política clientelista e rasteira. Uma das funções do legislativo é propor soluções, não apenas cobrar. Quem pensa o município para os próximos anos? Há assuntos que pedem a atenção dos poderes tais como o asfaltamento da “estrada velha”, como está? O plano diretor está sendo respeitado ou seremos surpreendidos novamente com prédios irregulares? Temos energia elétrica suficiente para o crescimento econômico? São assuntos complexos e importantes, mas que, aparentemente, não geram tantos votos. E pensar que já fomos pioneiros na telefonia rural, sendo um dos primeiros municípios a ter comunicação por telefone em todo o interior. Será que tínhamos mais recursos, mais verbas federais ou mais criatividade?